Centenas no “até sempre” a Ruben de Carvalho, ao som da Carvalhesa

Ruben de Carvalho era o único membro no actual Comité Central do PCP que tinha estado preso nas cadeias da PIDE durante o Estado Novo.

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"Não estamos aqui para dizer adeus ao Ruben, mas um até sempre, camarada", afirmou Jerónimo de Sousa às pessoas que se reuniram no cemitério do Alto de São João LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
,Jerónimo de Sousa
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"Não estamos aqui para dizer adeus ao Ruben, mas um até sempre, camarada", afirmou Jerónimo de Sousa às pessoas que se reuniram no cemitério do Alto de São João LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
,José Luis Martínez-Almeida
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"Não estamos aqui para dizer adeus ao Ruben, mas um até sempre, camarada", afirmou Jerónimo de Sousa às pessoas que se reuniram no cemitério do Alto de São João LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
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"Não estamos aqui para dizer adeus ao Ruben, mas um até sempre, camarada", afirmou Jerónimo de Sousa às pessoas que se reuniram no cemitério do Alto de São João LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Centenas de pessoas despediram-se este domingo, em Lisboa, do dirigente comunista Ruben de Carvalho, com um “até sempre”, ao som de uma guitarra, da Carvalhesa e do Avante, Camarada e com a promessa do líder do partido de “prosseguir a luta”.

“Não estamos aqui para dizer adeus ao Ruben, mas um até sempre camarada”, afirmou Jerónimo de Sousa às pessoas que se reuniram no cemitério do Alto de São João, em Lisboa, entre dirigentes, militantes e amigos do antigo dirigente comunista que morreu na terça-feira, aos 74 anos.

Na evocação de Ruben de Carvalho, Jerónimo de Sousa começou por evocar a carreira política do dirigente comunista, membro do PCP desde 1970, das prisões pela PIDE ao trabalho autárquico em Setúbal e Lisboa e à organização da Festa do Avante! e terminou com um discurso político.

“A melhor forma de honrar a sua memória é prosseguir a luta pelas causas a que dedicou a vida, pela liberdade, democracia, socialismo e comunismo, prosseguir a luta que hoje travamos pela ruptura com a política de direita, por uma política alternativa, patriótica e de esquerda com soluções para o país”, afirmou, ao lado da mulher de Ruben de Carvalho e de membros da direcção do partido.

Jerónimo de Sousa afirmou que a “luta” do PCP “foi decisiva para garantir a defesa, reposição e conquista de direitos dos últimos três anos e meio”, com o apoio parlamentar dado pelos comunistas ao Governo minoritário do PS, “e é agora de novo decisiva para fazer Portugal avançar e não andar para trás”.

A pensar nas próximas legislativas, em Outubro, o secretário-geral comunista alertou que “a luta” também “implica o alargamento, a unidade e convergência dos democratas e patriotas”.

A cerimónia do funeral do antigo vereador da Câmara de Lisboa e organizador da Festa do Avante!, que se prolongou por pouco mais de 30 minutos, incluiu, primeiro, um momento musical, de guitarra portuguesa, a evocar a sua faceta de melómano e musicólogo, em frente ao caixão tapado com a bandeira vermelha dos comunistas.

E terminou com as centenas de pessoas a entoar o hino do partido, Avante, Camarada, antes de se ouvir a gravação da música que acompanha, há anos, as campanhas eleitorais do PCP e a festa do Avante!, a Carvalhesa, executada por uma orquestra.

O funeral realizou-se hoje no cemitério do Alto de São João, em Lisboa, e coube ao secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, fazer a evocação do ex-deputado e organizador da Festa do Avante!, desde a sua primeira edição, em 1976.

Ruben de Carvalho era responsável na Câmara Municipal de Lisboa pelo Roteiro do Antifascismo, membro do Comité Central do PCP e fazia parte da organização da Festa do Avante! desde o seu início, em 1976.

Jornalista de profissão, Ruben de Carvalho foi também chefe de redacção do semanário Avante!, órgão central do PCP, entre Abril de 1974 e 1995, chefe de redacção da revista Vida Mundial e redactor coordenador do jornal O Século.

Foi membro das “comissões juvenis de apoio” à candidatura do general Humberto Delgado, chefe de gabinete do ministro Sem Pasta, Francisco Pereira de Moura, no I Governo Provisório após o 25 de Abril de 1974, deputado à Assembleia da República eleito pelo distrito de Setúbal e vereador na Câmara Municipal de Lisboa.

Tinha 74 anos e era o único membro no actual Comité Central do PCP que tinha estado preso nas cadeias da PIDE durante o Estado Novo.