Alunos que usam o tempo suplementar têm melhores notas... E outras curiosidades sobre os exames

Muitos alunos que pedem reapreciação de provas, por não estarem satisfeitos com os resultados, vêem a nota subir. Esta é uma das conclusões do último relatório do Júri Nacional de Exames. Mas há outras.

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Nelson Garrido

A 1.ª fase dos exames nacionais começa nesta segunda-feira, com a prova de Filosofia. Estão inscritos cerca de 160 mil alunos do secundário.

Os melhores usam o tempo suplementar

Em todos os exames nacionais os alunos têm um período suplementar de 30 minutos para concluírem as provas, para além dos 120 ou 150 minutos de tempo regulamentar. Sabe-se agora que “o tempo de tolerância é utilizado principalmente pelos melhores alunos e não pelos que têm mais dificuldades ou mais lentos”. Esta foi a conclusão a que chegou o Júri Nacional de Exames depois de ter comparado as médias obtidas em 2018 pelos alunos que utilizaram os 30 minutos a mais com os resultados dos que não usaram este tempo. Só um exemplo que consta do relatório recentemente divulgado: na 1.ª fase do exame de Matemática A, do 12.º ano, a média dos que aproveitaram o tempo de tolerância foi de 10,6 valores, um resultado que desce para 6,9 entre os alunos que saíram da sala de exame mal a campainha tocou. O Júri Nacional de Exames destaca como “muito significativo” o facto de a grande maioria dos alunos ter utilizado o tempo de tolerância de 30 minutos nos exames de Desenho A (81%), Física e Química A (77%) e Matemática A (69%). As disciplinas em que pelo contrário o tempo de tolerância foi menos usado foram as História e Cultura das Artes (27%), Geografia A (28%) e Literatura Portuguesa (35%).

25 provas foram anuladas

São poucas as ocorrências registadas pelas escolas relativas ao que se passa nas salas de exame. No ano passado, com cerca de 250 mil alunos a prestarem provas no 9.º ano e no ensino secundário, foram reportadas apenas cerca de sete mil ocorrências. As mais frequentes continuam a ser rasuras nos cabeçalhos das provas, resultantes de enganos no seu preenchimento, e escrita em local não apropriado, por exemplo nas margens das folhas. No ensino secundário foram anuladas 25 provas, a maioria por irregularidades (geralmente por posse de telemóveis). No 9.º ano só há registo de uma prova anulada.

Reapreciações: 75% resultam

Em 2018 houve menos pedidos de reapreciação de exames do que no ano anterior: passaram de 3170 para 2807. O que representa cerca de 1,5% do total de provas realizadas. Os pedidos de reapreciação visam a alteração das classificações obtidas nos exames. As disciplinas com mais pedidos feitos pelos alunos foram Português, Biologia e Geologia, Física e Química A e Matemática A. Das provas que tiveram reapreciação na 1.ª fase dos exames nacionais, 75% viram a sua classificação subir, enquanto em 16% se mantiveram os resultados. Em 9% registou-se uma descida.

Prova oral faz subir nota

No ano passado nos exames de línguas estrangeiras foi também avaliado, pela primeira vez, o desempenho oral dos alunos. Verificou-se que nos exames de Francês e de Inglês a oral contribuiu de forma significativa para o aumento da média final. Em Espanhol as classificações das componentes escrita e oral foram semelhantes. E em Alemão os resultados da componente oral foram mais baixos.

Piores resultados no 9.º ano

Ao comparar os resultados obtidos em vários anos nas provas finais de Matemática do 9.º ano, o Júri Nacional de Exames concluiu que a média positiva obtida em 2017 “terá sido um fenómeno pontual”. A tendência tem sido, pelo contrário, a de “um forte aumento de provas com níveis 1 e 2” (numa escala de 1 a 5), que passaram de 14% em 2016 para 21% em 2018.

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