Ministra da Cultura faz visita oficial a Pequim
Durante três dias, Graça Fonseca vai participar num vasto programa integrado no Festival de Cultura Portuguesa na China, por ocasião do Dia de Portugal e a assinalar os 40 anos das relações diplomáticas entre os dois países e os 20 anos da retrocessão de Macau.
A ministra da Cultura de Portugal chega este domingo a Pequim para uma visita oficial que se estenderá até quarta-feira, no âmbito do Festival de Cultura Portuguesa na China, anunciou o Ministério da Cultura (MC). O programa oficial de Graça Fonseca terá início na segunda-feira, Dia de Portugal, e vai decorrer até quarta, 12 de Junho.
No primeiro dia, a ministra presidirá a cerimónia do Dia de Portugal, no Beijing Concert Hall, “onde serão ouvidos o Hino Nacional e o Hino da República Popular da China”. “No programa das comemorações estão previstas as exibições de filmes sobre Portugal e sobre o Festival de Cultura Portuguesa na China, e a cerimónia encerrará com o concerto da Orquestra Sinfónica Nacional da China, dirigido pela maestrina Joana Carneiro, e com actuação da soprano Elisabete Matos”, lê-se no comunicado do MC.
Ainda na segunda-feira, Graça Fonseca irá inaugurar a exposição Histórias da Torre do Tombo/ Chapas Sínicas, na Biblioteca Nacional de Pequim. O conjunto das Chapas Sínicas, recorda a tutela, é “um dos mais importantes documentos do Arquivo Nacional da Torre do Tombo [ANTT], em Lisboa”.
Classificadas como Memória do Mundo da UNESCO, em 2017, no âmbito de uma candidatura conjunta de Portugal e da República Popular da China, as Chapas Sínicas reúnem registos oficiais de Macau durante a Dinastia Qing (1693-1886). A candidatura conjunta foi promovida pelo ANTT com o Arquivo de Macau, e permitiu a inscrição dos documentos na Memória do Mundo a nível regional, Ásia-Pacífico, e no Registo Internacional da Memória do Mundo, da UNESCO.
Na terça-feira, a ministra irá reunir-se, no Museu do Palácio Imperial, com o homólogo chinês, o ministro da Cultura e do Turismo da República Popular da China, Luo Shugang. Mais tarde, no mesmo local, estará presente na inauguração da exposição A Evolução do Azulejo em Portugal dos séculos XVI ao XX. E ao final da tarde de terça-feira, Graça Fonseca assistirá ao espectáculo Quinze Bailarinos e Tempo Incerto, da Companhia Nacional de Bailado (CNB), no Teatro Tiangiao.
No último dia da visita oficial, quarta-feira, a governante fará a intervenção de abertura do II Fórum Literário Portugal-China, no Museu Nacional da Literatura Moderna Chinesa, no qual participam os escritores portugueses Isabela Figueiredo, Bruno Vieira Amaral e José Luís Peixoto. Nessa ocasião, Graça Fonseca “pretende destacar iniciativas de promoção internacional da literatura em língua portuguesa, nomeadamente os apoios à tradução, mas também o Catálogo Gram Bem Querer que o Ministério da Cultura, em cooperação com outras entidades, vai conceber, editar, publicar e divulgar, como uma grande mostra de literatura em língua portuguesa”.
Depois de uma primeira edição em Lisboa, em Junho de 2017, o Fórum Literário vai cruzar os três autores portugueses com os chineses Lu Min, Liu Zhenyun e Xu Zechen, numa conversa que será moderada por outro escritor, Qiu Huadong, de acordo com a informação já divulgada pela Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas. José Luís Peixoto participou igualmente na primeira edição, então ao lado de Gonçalo M. Tavares e Dulce Maria Cardoso.
À margem do II Fórum Literário Portugal-China, a ministra tem agendado um encontro com a presidente da Associação de Escritores da China, Tie Ning.
Ainda na quarta-feira, Graça Fonseca irá realizar uma visita ao Distrito Artístico 798, e assistirá à entrega dos Prémios Tomás Pereira, que distinguem os melhores alunos de Língua Portuguesa em universidades chinesas.
Este ano, Portugal e China assinalam os 40 anos das relações diplomáticas e os 20 anos da retrocessão de Macau. “Na lógica de intercâmbio destas comemorações”, este ano irá realizar-se também, em Portugal, o Festival da Cultura Chinesa.
O Festival de Cultura Portuguesa na China – inaugurado em Março, na Cidade Proibida, em Pequim, com o guitarrista português Pedro Jóia, e Duan Chao, virtuosa de huqin – inclui a realização, ao longo do ano, de “diversos eventos culturais em domínios tão variados como a música clássica, o fado, o teatro, as artes plásticas, a dança contemporânea, o canto lírico, o cinema e a tradução de obras literárias portuguesas para mandarim”.