Laranja Pontes estava em gestão corrente há dois anos e meio
A substituição de Laranja Pontes “estava a ser equacionada há algum tempo e estava para breve”, garante o gabinete da ministra da Saúde.
José Maria Laranja Pontes, 68 anos, especialista em cirurgia plástica, reconstrutiva e estética, é presidente do Conselho de Administração do IPO do Porto desde 31 de Dezembro de 2005, e está em gestão corrente há quase dois anos e meio, devido à limitação do número de mandatos.
A trabalhar no IPO há cerca de três décadas, membro da Organização dos Institutos Europeus do Cancro e da Sociedade Europeia de Cirurgia Oncológica, entre outros cargos, o médico é um dos dinossauros à frente de hospitais públicos. Foi reconduzido no cargo pela última vez em 2014 e está em gestão corrente desde Dezembro de 2016, por não poder ser nomeado de novo, tendo em conta a limitação do número de mandatos neste tipo de cargos.
Manteve-se sempre à frente da instituição, apesar de ser alvo de muitas críticas, nomeadamente do actual bastonário da Ordem dos Médicos, que o acusou várias vezes publicamente de “não ouvir ninguém”. Terá havido, nos últimos tempos, sucessivas tentativas para que fosse substituído, sempre sem sucesso.
Mas estava agora de saída da instituição, segundo adiantou ao PÚBLICO o gabinete de Marta Temido. A substituição de Laranja Pontes “estava a ser equacionada há algum tempo e estava para breve”, garante o gabinete da ministra da Saúde.
Entre as competências de Laranja Pontes no mandato 2014-2016 figuravam a adjudicação dos concursos de fornecimento de bens e serviços ou de empreitadas e a coordenação de vários serviços e áreas funcionais do IPO, nomeadamente o serviço de instalações e transportes, o centro de investigação, o serviço de epidemiologia e até o gabinete de relações públicas. O gabinete onde trabalha uma funcionária da W Global Communication (o novo nome da agência Mediana) que é assessora de imprensa do IPO há anos.
O nome de Rui Henriques, médico do IPO do Porto, tem sido avançado como provável novo presidente do Conselho de Administração da instituição, mas ainda terá que passar pelo crivo da Comissão de Recrutamento e Selecção da Administração Pública (CReSAP).