Francisco Guerreiro, o eurodeputado do PAN gosta de apanhar lixo enquanto faz exercício
Em 2014, o PAN concorreu às eleições europeias pela primeira vez. Cinco anos depois, o Partido Pessoas-Animais-Natureza elege o seu primeiro eurodeputado.
Com 34 anos, Francisco Guerreiro, eleito pelo Partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) nestas eleições europeias, é o candidato mais novo a caminho de Bruxelas. Apaixonado por plogging — recolher lixo ao mesmo tempo que se faz exercício —, o futuro eurodeputado era até agora o assessor parlamentar do deputado único do PAN, André Silva.
Licenciado em Comunicação Social pela Escola Superior de Educação de Coimbra, Francisco Guerreiro foi analista de estudos de mercado e já trabalhou para a Comissão Europeia.
Integra a Comissão Política Nacional do PAN desde 2013 e coordena a comunicação do partido desde 2014. Em 2013 foi candidato à presidência da Câmara de Coimbra (teve 925 votos), no ano seguinte integrou a lista do PAN e nas autárquicas de 2017 concorreu à Câmara de Cascais, ficando em quinto lugar, com 3529 votos (4,56%), e elegeu duas deputadas para a Assembleia Municipal.
Francisco Guerreiro é o primeiro eurodeputado a ser eleito pelo PAN, partido que se estreou na corrida a Bruxelas nas últimas eleições europeias, em 2014. Nessa altura, o PAN ficou em sétimo lugar, com 56.363 votos, o correspondente a 1,72%. Francisco era o terceiro da lista. Agora, o futuro eurodeputado irá sentar-se na bancada dos verdes europeus.
Entre as propostas que pretende apresentar em Bruxelas estão a eliminação de produção de carbono até 2030 e a taxação sobre indústrias altamente poluentes.
Numa entrevista ao PÚBLICO, Francisco Guerreiro afirmava que “mais cedo ou mais tarde os cidadãos vão perceber que ou nós fazemos alterações profundas no nosso modo de viver ou estaremos literalmente todos condenados”. E apontava culpas.
“O que vimos é uma emissão constante de gases com efeito de estufa e a Europa continua a ser um grande motor dessa poluição. Há estudos que indicam, de modo mais conservador, que se cada cidadão do mundo consumisse como um português, precisávamos de 2,2 ou 2,8 planetas”, afirmava.
“Os paradigmas de esquerda e direita estão muito colados a visões antropocêntricas e de que o ser humano é superior a todas as outras formas de vida. E há cada vez mais pessoas a pensar como nós e a ver que temos de fazer uma transição para um novo modelo político e social”, defendia o eurodeputado recém-eleito.