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ASAE encontra carne estragada e falsificada em talhos portugueses

Inspecções entre 2017 e 2019 resultaram na abertura de 57 processos-crime por abate clandestino, venda de produtos estragados e fraude de mercadorias.

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Talhos são obrigados a fazer controlos diários de temperatura aos locais onde guardam a carne Rui Gaudencio/ Arquivo

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) detectou carne estragada, falsificada ou abatida de forma clandestina à venda em talhos nacionais. A notícia avançada pelo Jornal de Notícias (JN) refere que, desde 2017 até 15 de Março de 2019, foram fiscalizados 1562 estabelecimentos e instaurados 57 processos-crime. Estes números correspondem a uma média de dois processos-crime por mês.

As principais infracções registadas pela ASAE nas fiscalizações realizadas a talhos de rua e inseridos em superfícies comerciais foram o abate clandestino, a venda de produtos alimentares estragados ou falsificados e a fraude de mercadorias.

Também a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária detectou incumprimentos de normas de higiene e de rastreabilidade dos produtos em 50% das acções de fiscalização efectuadas em 2018, escreve o JN. 

Ambas as autoridades constataram também que dezenas de talhos não cumprem as regras de higiene na venda e na preparação da carne, levando à abertura de 399 processos de contra-ordenação. A distribuição, preparação e venda de carnes desrespeitando as normas de higiene e técnicas, a falta de controlo de temperaturas e a inexistência de rotulagem, bem como a venda de produtos em estabelecimentos não registados que não cumprem os regulamentos da União Europeia, foram as principais infracções.

Questionada pelo JN, a ASAE explicou que os talhos são obrigados a fazer controlos “diários e periódicos” de temperatura dos equipamentos e da carne. Outras das falhas encontradas são a falta de salas reservadas para a preparação da carne, a refrigeração incorrecta do equipamento de picar carne e o destino final dado aos ossos e aparas retiradas das peças.

O uso de sulfitos na carne picada continua a ser uma das preocupações dos inspectores. Em 2017, a ASAE registou uma taxa de incumprimento de 33% em relação a esta norma, descendo para 27% em 2018. O uso de sulfitos na carne para lhe conferir um aspecto mais fresco, a venda fraudulenta de carne e a contaminação por salmonelas são algumas das infracções mais frequentes, apesar de nos últimos dois anos terem sido detectadas poucas situações.

Em 2017, das 56 amostras de carne picada analisadas, oito continham sulfitos. Em 2018, o número de amostras aumentou para 82, (três delas continham sulfitos e quatro tinham salmonelas).

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