75% dos portugueses acedem à Internet pelo telemóvel
96,8% dos portugueses tem telemóvel e cerca de 75% acede à Internet através dele. A Anacom revelou novos dados sobre a evolução dos serviços de comunicações em 2018. O serviço de telefone fixo também aumentou, mas muitos não o utilizam.
No final de 2018, a penetração do serviço móvel chegou 170,5 habitantes em cada 100, o que significa que 96,8% dos residentes em Portugal eram clientes deste tipo de serviço e utilizavam um telemóvel particular. Estes e outros dados sobre a evolução dos serviços de comunicações no ano que passou foram divulgados esta terça-feira pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).
Já os utilizadores do serviço móvel de acesso à internet atingiram os 7,6 milhões (mais 6,4% que no ano anterior), o que corresponde a uma penetração de cerca de 73,6 por 100 habitantes. Segundo relatório, este é o valor mais elevado registado até à data, muito associado ao aumento dos utilizadores de Internet no telemóvel (mais 7,8%, face a 2017), à crescente penetração dos smartphones (79,5% do total de possuidores de telemóvel) e ao desenvolvimento das aplicações móveis.
Ainda assim, em Julho de 2018, a penetração da banda larga móvel no país encontrava-se muito abaixo da média europeia, sendo que Portugal ocupava a 27.ª posição do Ranking da União Europeia.
No que toca à troca de mensagens e chamadas, o relatório revela que o tráfego de voz móvel atingiu o valor mais elevado contabilizado até ao momento, sendo que o número de minutos foi, em média, de 200 por mês, mais 9 minutos que no ano anterior. Por outro lado, no ano passado, assistiu-se a uma descida no número de mensagens enviadas na ordem dos 3,2%: o número médio mensal de mensagens enviadas foi de 116, o valor mais baixo desde 2010.
Segundo a Anacom, “o decréscimo do tráfego de mensagens que se tem vindo a registar deve-se ao aparecimento de formas de comunicação alternativas. De acordo com o Barómetro de Telecomunicações da Marktest, cerca de 60,2% dos utilizadores de telemóvel com 10 ou mais anos utilizava os serviços instant messaging no final de 2018”.
Rede fixa chega a 50 em cada 100 habitantes, mas poucos a utilizam
Em 2018, a rede de serviço telefónico fixo (STF) chegou a 49,3 pessoas por 100 habitantes, a taxa de penetração mais elevada registada desde 2011, altura em que começou a ser compilada este tipo de informação. “Esta rede chegou a 89 por 100 famílias. Porém, no final de 2018, cerca de 34,6% dos clientes do STF não utilizavam este serviço”, lê-se no relatório da entidade que explica que a fibra ótica é a principal responsável pelo crescimento do número de acessos. No final de 2018, os acessos suportados na rede tradicional representavam 28,9% dos acessos telefónicos principais, enquanto os acessos suportados em redes alternativas atingiram 71,1%.
Tal como já tinha sido revelado pela decisão do Governo de pôr fim ao serviço universal de telefone fixo, em 2018, nos postos públicos verificou-se uma queda acentuada em relação ao período homólogo. Segundo a Anacom, no final de 2018, o número de postos públicos instalados era de cerca de 18,5 mil, verificando-se uma redução de 5,4% face ao final do ano anterior. Desde 2004, altura em que o número de postos públicos chegou aos 47,4 milhares, este indicador diminuiu 61,1%.
No que toca às operadoras, a Anacom afirma que a MEO lidera em termos de acessos totais, com uma quota de 45,5%. Já a NOS atingiu uma quota de 34,1% em termos de acessos e a Vodafone foi o prestador com a terceira fatia: 16,4%. A MEO continua a ser o prestador com a quota mais elevada de acessos móveis com utilização efectiva (42,7%), seguindo-se a Vodafone (30,2%). A NOS tinha uma quota de 24,7% e registou em 2018 o aumento mais elevado (mais 0,8 pontos percentuais que no último ano).
A entidade para a comunicação revela também que cerca de 76 clientes em cada 100 famílias já tinham acesso à banda larga fixa, sendo que 98,9% dos clientes “tinham adquirido o serviço no âmbito de um pacote de serviços” e que o número de acessos “aumentou 5,9% no último ano impulsionado pela fibra ótica”.
O número de subscritores de ofertas em pacote atingiu 3,88 milhões no final de 2018 (mais 145 mil ou mais 3,9% do que no final do ano anterior). “Nos últimos anos, o crescimento do número de subscritores de pacotes tem vindo a desacelerar, em parte, associado à elevada taxa de penetração de serviços em pacote”, lê-se no relatório.
A entidade revela também que estes tipos de serviços estão a pesar mais na carteira dos portugueses: a factura média mensal dos clientes residências com ofertas em pacote foi de 52,86 euros, o que representou um aumento de 1,2% face ao ano anterior.