Videovigilância na Bica, Cais do Sodré e Santa Catarina?
Carla Madeira, presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, garante que a presença das câmaras de videovigilância, instaladas em Maio de 2014 no Bairro Alto, é um factor “dissuasor de delinquência” na zona.
A presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, em Lisboa, considera “claramente positivo” o balanço dos cinco anos de videovigilância no Bairro Alto, adiantando desejar ver o sistema no Cais do Sodré, Bica e Miradouro de Santa Catarina.
“O balanço é claramente positivo e eu quero que a videovigilância se estenda a outros sítios do território da freguesia, nomeadamente ao Cais do Sobre, à Bica e ao Miradouro de Santa Catarina, porque a videovigilância no Bairro Alto permitiu aumentar o sentimento de segurança de quem lá reside, de quem visita e de quem lá trabalha”, disse Carla Madeira.
Em declarações à Lusa, a autarca frisou que a presença das câmaras de videovigilância — instaladas em Maio de 2014 — é um factor “dissuasor de delinquência” na zona, onde se concentram restaurantes e bares.
“E acho que não é por acaso que os problemas que nós temos neste momento no Miradouro de Santa Catarina e na zona da Bica e Cais de Sodré se devem ao facto de não haver videovigilância ali”, reconheceu.
Carla Madeira explicou que actualmente no Bairro Alto não existem os “problemas de tráfico de droga e delinquência” como há noutras zonas adjacentes ao bairro. “Havendo videovigilância, há uma série de comportamentos que não são tidos. Vemos ali [Bairro Alto] uma série de miúdos a tentar vender louro prensado ou farinha, que há, mas é diferente termos o problema de venda de droga como na Rua Marechal Saldanha” do outro lado do Calhariz, indicou.
Apesar de a Rua da Rosa, no Bairro Alto, e a Rua Marechal Saldanha, no Alto da Bica, serem separadas apenas pelo Calhariz, a diferença em termos de problemas e delinquência é grande, de acordo com a autarca. O Miradouro de Santa Catariana, disse, sofre hoje em dia com o tráfico de droga.
“O sentimento de segurança que vivenciamos na Rua da Rosa não tem nada a ver com o que vivenciamos na Rua da Bica de Duarte Belo ou na Rua Marechal Saldanha, e estamos a falar de uma distância de meia dúzia de metros. Ao subir a Rua da Rosa sinto-me mais segura do que ao descer a Rua da Bica de Duarte Belo”, exemplificou.
Segundo Carla Madeira, a informação que lhe chega da PSP é a de que “tem sido possível identificar algumas situações de violência”, caso a agressão se dê junto a uma câmara.
A autarca lembrou ainda o crime contra Alcindo Monteiro, ocorrido em 1995, no Bairro Alto, “um assassinato numa altura em que havia problemas muito graves no bairro que deixaram de existir”.
“Não se tornou naturalmente numa zona perfeita, pacífica, claro que continua a ter problemas, mas é por isso que defendo a videovigilância nas áreas em que há uma maior pressão nocturna”, frisou.