FAP obriga à retirada de vídeos captados nas barraquinhas da Queima das Fitas
Todos os responsáveis pelos pontos de venda de bebidas alcoólicas tinham até às 20h desta quarta-feira para apagar todas as imagens divulgadas nas suas contas das redes socais ou poderão ser alvo de sanções por parte da Federação Académica do Porto.
A divulgação de vários vídeos de estudantes a ingerir bebidas alcoólicas que foram captados no interior das barraquinhas da Queima das Fitas do Porto durante os últimos dias levou a Federação Académica do Porto (FAP) a obrigar os responsáveis pelos espaços a apagar todos os conteúdos até agora divulgados.
Numa nota interna enviada a todos os responsáveis pelas barraquinhas de bebidas a que o PÚBLICO teve acesso, lê-se que “tanto a FAP como qualquer responsável têm a obrigação de garantir um evento digno, confortável e seguro para todos os que frequentam o recinto”, uma vez que estes valores também se relacionam com “o respeito pela integridade física, mental e moral” de todos os estudantes.
“Posto isto e mediante os conteúdos publicados por alguma das barraquinhas nas redes sociais, não pode a direcção da FAP deixar de condenar os comportamentos sem civismo observados nas mesmas (...) e a divulgação dos mesmos levando, de alguma forma, à sua promoção e inventivo”, lê-se na nota.
Num outro comunicado enviado aos jornalistas já no final do dia, a organização diz que divulgou o aviso e as possíveis sanções uma vez que “a recomendação prevista no regulamento das barraquinhas sobre o uso de imagens/escrita sexista, e/ou que promova o discurso de ódio ou incentivo a qualquer tipo de violência, não foi cumprida”. No entanto, cabe também à própria FAP verificar se estas normas são cumpridas.
Contactado pelo PÚBLICO, João Pedro Videira, presidente da Federação Académica do Porto, refere que todos os responsáveis pelos pontos de venda de bebidas alcoólicas foram avisados que teriam até às 20h desta quarta-feira para apagar todas as imagens divulgadas nas suas contas das redes socais e que, caso esta ordem não seja cumprida, aplicará as devidas sanções.
O PÚBLICO constatou que alguns dos vídeos divulgados através do Instagram foram apagados, bem como pelo menos uma conta de uma das barraquinhas.
“A FAP condena veemente toda a violação de privacidade e todos os atentados à dignidade da pessoa humana, não podemos compactuar com este tipo de acções no recinto e esta não é uma mensagem que nos queremos passar e que esmagadora maioria dos estudantes querem passar”, refere o dirigente académico.
Relativamente às sanções, João Pedro Videira refere há várias punições que podem ser aplicadas e que vão desde uma advertência até ao fecho temporário da barraca durante um certo período da noite, ou fecho durante uma noite inteira. “Em situações mais extremas não recebem o cheque-caução que nos entregam no início da Queima das Fitas, encerramos definitivamente aquela barraquinha, e todos os responsáveis perdem as suas credencias”, refere o presidente da FAP.
Notícia actualizada às 22h21 com o comunicado que a FAP enviou às redacções.