Juan Guaidó diz que continua a considerar “todas as opções necessárias” para pôr fim ao regime chavista na Venezuela
Os chefes da diplomacia russa e americana vão reunir para debater a crise.
O presidente do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, voltou a repetir em entrevista à BBC que se o regime de Nicolás Maduro "continuar a radicalizar um processo que levou o país a este desastre” considerará “todas as opções necessárias” que possam pôr fim ao chavismo.
O jornalista tinha-lhe perguntado se gostaria de ver os Estados Unidos intervirem militarmente na Venezuela. E Guaidó explicou que neste momento há duas intervenções externas, a dos cubanos nas Forças Armadas e a de aviões militares russos em território venezuelano. E que há um presidente encarregado do parlamento nacional e um parlamento nacional que quer mudanças, pelo que “há que manter uma alternativa se o Governo continuar a radicalizar”.
Guaidó conta com o apoio de mais de 50 países, incluindo os EUA, o Reino Unido, a maioria das nações latino-americanas e a UE, e disse à BBC que a posição do Presidente norte-americano, Donald Trump, “é muito firme”.
De acordo com a CNN, Trump apelou à contenção dos membros do seu Executivo perante a crise venezuelana. O Presidente norte-americano falou na sexta-feira com o Presidente russo, Vladimir Putin, de quem terá recebido garantias que Moscovo também “não quer envolver-se na Venezuela”. E os chefes da diplomacia dos dois países, Mike Pompeo e Serguei Lavrov, vão reunir, esta segunda-feira ou amanhã para falarem da Venezuela.
Mike Pompeo endereçou palavras mais duras à Rússia no domingo, dizendo à emissora norte-americana ABC que “os russos devem sair” da Venezuela.
“Todos os países que interferem com o direito da população venezuelana de restaurar a própria democracia devem sair.” Pompeo vai encontrar-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, na Finlândia, esta semana, para discutir a questão venezuelana.
Em resposta aos confrontos da semana passada, Nicolas Maduro apareceu na sexta-feira ladeado por soldados numa base do Exército em Caracas, apelando às forças armadas para derrotarem “qualquer conspirador”.
Na entrevista à BBC, Guaidó foi confrontado com o facto de ter fracassado em três tentativas para derrubar Maduro. Mas não se considerou derrotado ou debilitado. “O único que realmente se prejudica é Maduro”, afirmou, acrescentando: “Ele tem perdido todas as vezes. Está cada vez mais fraco, cada vez mais sozinho e não tem apoio internacional. Pelo contrário, nós ganhamos aceitação, apoio e opções futuras.” Concedendo que “parte” das Forças Armadas ainda apoia Maduro, Guaidó salienta que já “não são todos”.