Web Summit. O que significa para Portugal

Com a Web Summit, a capital portuguesa passou a ser um ponto de encontro do circuito mundial da tecnologia. Mas o impacto total não se consegue ainda quantificar.

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São 11 milhões de euros por ano para garantir a permanência da feira em Lisboa até 2028 Miguel Manso

Há quatro anos que a Web Summit traz até Lisboa investidores, startups, executivos de grandes empresas e – acima de tudo – dinheiro e atenção. O Governo espera que assim seja até 2028, data limite da feira de tecnologia em Portugal.

Estimativas do Ministério da Economia referentes à edição mais recente da Web Summit, no final de 2018, notam que o valor acrescentado na economia poderá ter chegado aos 124 milhões de euros. O número considera os gastos em estadia, transportes e refeições dos milhares de participantes. 

Só em 2018, o evento reuniu 70 mil pessoas, de 159 países, na capital portuguesa: isto inclui os cerca de 1500 investidores à procura do próximo projecto, membros de 1800 startups, e oradores como Tim Berners-Lee (o cientista britânico que ajudou a criar a World Wide Web), e a Comissária Europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager. Na plateia, milhares de jornalistas fazem a cobertura das conferências. Com a Web Summit, a capital portuguesa passou a ser um ponto de encontro do circuito mundial da tecnologia. E em 2017, por exemplo, a fabricante de carros Mercedes-Benz (que se tornou uma das principais patrocinadoras do evento) escolheu Lisboa para alojar o seu primeiro centro de soluções digitais.

O investimento do país também é cada vez maior. Inicialmente, o plano era acomodar a Web Summit três anos. Agora, são 11 milhões de euros por ano para garantir a permanência da feira em Lisboa. O valor do novo acordo – envolto em secretismo – será repartido entre o Turismo de Portugal, a Agência para a Competitividade e Inovação, e o Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa.

Falta quantificar, porém, o impacto da Web Summit nas startups portuguesas. “Por falta de informação”, a análise mais recente do Ministério da Economia não considera o impacto no desenvolvimento e criação de empresa. O Governo mantém que o balanço será positivo. A estimativa mais optimista para 2028 indica um valor acrescentado bruto de cerca de 386 milhões de euros. As receitas com impostos poderão rondar os 94 milhões de euros.

A disponibilidade hoteleira da cidade lisboeta foi chave para a vinda do evento para Portugal. Foi em 2015 que a Web Summit primeiro chegou a Lisboa, deixando a capital irlandesa onde nasceu em 2010 com apenas 400 participantes. A enorme popularidade do evento – que começou a atrair dezenas de milhares de participantes – foi um dos motivos que levou o fundador Paddy Cosgrave, a optar por Lisboa, que prometia um melhor acolhimento por parte do governo, melhores instalações para a conferência e mais hotéis para os milhares de visitantes.

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