Artista angolano Nástio Mosquito abre programa sobre arte da Bienal de Veneza

Os Encontros sobre Arte começam a 11 de Maio e vão apresentar um programa de conversas, performances e conferências, ao longo da Bienal, que se prolonga até 24 de Novembro.

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Nástio Mosquito dr

 O artista angolano Nástio Mosquito vai abrir, com uma performance, o programa Encontros sobre Arte da 58.ª Bienal Internacional de Arte de Veneza, em Itália, a partir de 11 de Maio, anunciou esta terça-feira a organização.

De acordo com a organização do certame dedicado à arte contemporânea, os Encontros sobre Arte vão apresentar um programa de conversas, performances e conferências, ao longo da Bienal, que se prolonga até 24 de Novembro.

Nástio Mosquito, artista cuja obra tem passado pela música, artes plásticas e performance, é um dos convidados para participar no programa, a par de Boychild, Alex Baczynski-Jenkins, Vivian Caccuri, Cooking Sections, Invernomuto, Paul Maheke, Nkisi, Victoria Sin, Florence Peake e Eve Stainton, Vivien Sansour, Zadie Xa, e Bo Zheng, entre outros.

“Nas suas diversas práticas — dança, música e artes visuais — estes artistas abrem novas possibilidades de leitura de territórios mais vastos. Através da sua curiosidade e abordagens transnacionais, propõem formas mais complexas que desafiam a percepção dos tempos que vivemos actualmente”, sublinha a organização da Bienal de Veneza, num comunicado esta terça-feira divulgado.

O artista angolano irá abrir o programa, a 11 de Maio, na zona dos Giardini, em Veneza, com uma criação que terá a duração de duas horas intitulada “No.One.Gives.A.Mosquito's.Ass.About.Our.Performance”.

Nascido em 1981, no Huambo, saiu de Angola ainda jovem para estudar em Coimbra, e depois rumou a Lisboa, onde desenvolveu o seu trabalho musical durante dois anos no Hot Club, e já adulto seguiu para Londres, onde estudou produção em media, tendo regressado depois ao seu país de origem.

O seu trabalho tem passado pelo vídeo, fotografia, instalações, palavra, performance e música, com álbuns editados como Why Do You Care (2012) e Se Eu Fosse Angolano (2013).

A Bienal de Arte de Veneza 2019, com curadoria do britânico Ralph Rugoff, director da Hayward Gallery, em Londres, tem este ano como tema Tempos Interessantes, e contará, este ano, com 91 representações nacionais, incluindo Portugal.

A presença oficial portuguesa na 58.ª Bienal de Arte de Veneza terá curadoria de João Ribas e projecto da artista plástica Leonor Antunes, que se intitula a seam, a surface, a hinge or a knot ("uma costura, uma superfície, uma dobradiça ou um nó”, em tradução livre).

A pesquisa de Leonor Antunes reflecte o trabalho de figuras importantes no contexto da arquitectura de Veneza, como Carlo Scarpa, Franco Albini e Franca Helg e, mais recentemente, Savina Masieri e Egle Trincanato.

O projecto de Leonor Antunes será apresentado no piso nobre no Palazzo Giustinian Lolin, onde estará instalado o Pavilhão de Portugal, que tem pré-abertura marcada para 8 de Maio.

O Brasil e Moçambique vão participar na 58.ª Bienal Internacional de Arte de Veneza, respectivamente, com os projetos Swinguerra, e The Past, the Present and All in Between.

Quanto, a Angola, que tem vindo a participar nas edições da Bienal desde 2013, tendo, nesse ano, ganhado o Leão de Ouro, o maior galardão atribuído ao pavilhão de um país, este ano estará ausente, “por não terem sido reunidas as condições”, como anunciou o governo angolano em Janeiro deste ano.

Em 2017, Portugal foi representado na Bienal pelo escultor José Pedro Croft, por proposta do curador e comissário João Pinharanda.