Parlamento Europeu repreende deputada Maria João Rodrigues por assédio moral
Em causa está uma queixa apresentada em Janeiro contra a eurodeputada do PS que admite recorrer da sanção. Por este motivo, Maria João Rodrigues ficou fora das listas às europeias de Maio.
O Parlamento Europeu (PE) anunciou esta quinta-feira, em Estrasburgo, que decidiu repreender a eurodeputada socialista portuguesa Maria João Rodrigues, ao concluir a investigação sobre uma queixa de assédio laboral por uma antiga assistente.
Na abertura da sessão do último dia da actual legislatura do PE, em Estrasburgo, o vice-presidente Pavel Telicka anunciou que, “tendo em conta as conclusões da comissão de aconselhamento que lida com queixas de assédio”, e “após considerar as declarações escritas feitas pelos envolvidos e ouvir a deputada”, o presidente da assembleia, António Tajani, “decidiu impor uma sanção à deputada Maria João Rodrigues”, na forma de “repreensão”, dado o seu comportamento relativamente à assistente queixosa poder ser considerado “assédio moral”.
Em declarações à agência Lusa, a eurodeputada disse respeitar, mas não concordar com a decisão do Parlamento, por considerar que as acusações contra si eram “ou injustificadas ou baseadas em factos não ocorridos”.
Maria João Rodrigues lamentou que o caso tenha sido “instrumentalizado” contra si, por atores políticos não nacionais, “no momento crítico da formação da lista de candidatos do PS para as eleições europeias" do próximo mês, da qual ficou excluída.
Ainda assim, Maria João Rodrigues admite não recorrer da decisão do Parlamento - uma vez que a repreensão de que é alvo é a sanção mais leve das previstas no regimento da assembleia - e garante que termina o mandato “com o sentimento de trabalho realizado e missão cumprida”.