Narcotraficante Franklim Lobo está a ser ouvido no Campus de Justiça
O narcotraficante português, de 63 anos, foi detido, em Março, em Málaga, Espanha, no âmbito de um mandado de detenção europeu no seguimento da chamada Operação Aquiles.
Franklim Pereira Lobo, conhecido como “um dos maiores traficantes europeus de cocaína” encontra-se na tarde desta quinta-feira a ser ouvido por um juiz de instrução criminal no Campus de Justiça de Lisboa, confirmou o PÚBLICO junto de fonte judicial. O juiz irá agora decidir as medidas de coacção a aplicar durante o interrogatório até que Franklim seja julgado.
Franklim Lobo, de 63 anos, natural de Vermelha, no Cadaval, foi detido, em Março deste ano, em Málaga, Espanha, depois de a Justiça portuguesa ter emitido, há cerca de três anos, um mandado de detenção europeu no âmbito da chamada Operação Aquiles.
Ao que o PÚBLICO apurou à data, a detenção em Málaga foi uma mera casualidade. Após uma altercação, o suspeito foi identificado pela polícia espanhola, que terá então verificado que o sexagenário tinha pendente um mandado de captura.
O narcotraficante, que deu várias vezes a volta à Justiça portuguesa, é acusado novamente de associação criminosa e tráfico de droga.
O que é a Operação Aquiles?
A Operação Aquiles, lançada pela Polícia Judiciária e o Departamento Central de Investigação e Acção Penal em Abril de 2016, levou à detenção de dois elementos da própria Judiciária – o inspector-chefe Ricardo Macedo e o coordenador reformado Carlos Dias Santos –, ambos acusados de corrupção e tráfico de droga.
Segundo a acusação, entre Outubro de 2006 e Janeiro de 2007, elementos da Unidade de Prevenção e Apoio Tecnológico da Polícia Judiciária (UPAT/PJ) transmitiram à sua hierarquia informações resultantes de vigilâncias e recolha de informações que “evidenciavam fortes suspeitas de ligações ao mundo do crime”.
Do rol de 29 acusados no âmbito da Operação Aquiles figuram Franklim e o seu filho Francisco, de 43 anos. Na acusação, o Ministério Público nota que os arguidos “fazem parte integrante da organização de narcotráfico liderada pelo arguido Franklim Lobo, cada um com a sua função específica, assim tendo contribuído, em conjunto e de forma reiterada e permanente, pelo menos desde início do ano de 2014, para o sucesso das importações de produtos estupefacientes pela organização a que pertenciam, designadamente com origem na América do Sul, para distribuição e comercialização territorialmente alargada por Portugal, Espanha e outros países europeus”.
Uma das operações de importação de droga imputadas à rede de tráfico liderada por Franklim estará relacionada com o envio, por via marítima, de 82 quilos de cocaína originária do Brasil, que foi transportada no interior de um contentor que viajou num navio carregado em São Paulo e cujo destino era a Grécia. A droga foi apreendida quando o navio fez escala em Dezembro de 2015, no Porto de Sines, em Portugal.
O caso de Franklim Pereira Lobo foi separado dos restantes processos por decisão dos juízes, pelo que lhe esperará agora um julgamento autónomo.