Helena Pereira é a nova presidente da FCT
O novo conselho directivo da Fundação para a Ciência e a Tecnologia é constituído por Helena Pereira, José Paulo Esperança, Nuno Rodrigues e Maria Emília Moura.
A nomeação de Helena Pereira como presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) foi aprovada esta quinta-feira em conselho de ministros. Helena Pereira substitui Paulo Ferrão, que presidia a principal entidade de financiamento público da investigação científica portuguesa – tutelada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) – desde 2016. O novo conselho directivo é ainda constituído por José Paulo Esperança, Nuno Rodrigues e Maria Emília Moura.
Professora catedrática do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa desde 1993, Helena Pereira era vice-presidente da FCT desde 2017. Entre os vários cargos de gestão e coordenação académica e científica desempenhados por Helena Pereira estão o de vice-reitora (de 2007 a 2011) e reitora (em 2011) da Universidade Técnica de Lisboa.
Foi ainda pró-reitora da Universidade do Algarve de 1989 a 1992, coordenadora do Departamento de Ciências do Instituto de Investigação Científica e Tropical ou ainda presidente do Conselho Cientifico e coordenadora do Centro de Estudos Florestais do Instituto Superior de Agronomia.
Licenciada em engenharia química-industrial pelo Instituto Superior Técnico e doutorada pela Universidade de Hamburgo, Helena Pereira faz investigação na área da biomassa, produtos florestais e bio-refinarias. Mais concretamente, fez estudos sobre a cortiça e do sobreiro.
“Os desafios são muito grandes dado o papel determinante que a FCT tem no nosso sistema científico nacional”, diz ao PÚBLICO Helena Pereira. “Com esta nova direcção vamos continuar a consolidar o sistema já montado, melhorando e aumentando a participação portuguesa a nível internacional, principalmente na Europa em que há desafios como o [quadro comunitário] Horizonte Europa.”
Além disso, a nova presidente da FCT refere que terá muitos desafios internos como o emprego científico ou a colaboração entre o sistema académico, científico e empresarial. “Um dos desígnios importantes que a FCT vai ter é algo que a comunidade científica muito quer – e que eu também sinto porque durante toda a minha vida fiz parte dela: estabilidade e previsibilidade no financiamento da ciência em Portugal”, considera Helena Pereira, acrescentando que “este esforço já começou” no mandato anterior.
“Este ano temos um calendário de concursos publicado e que estamos a cumprir rigorosamente. Vamos manter esta previsibilidade, ou seja, que um investigador, um centro, uma universidade e uma instituição saibam com o que contar.” Helena Pereira destaca ainda que “as pessoas são importantíssimas na ciência” e a sua estabilidade e possibilidade de ter horizontes no seu trabalho são determinantes para que se melhorem os resultados científicos.
Este novo conselho directivo é ainda composto pelo vice-presidente José Paulo Esperança e os vogais Nuno Rodrigues e Maria Emília Moura, que substituem assim as vogais Dalila Farinha e Ana Sanchez.
“Tendo a anterior direcção da FCT chegado ao término do seu mandato, o ministro Manuel Heitor congratula a direcção, agora cessante, e liderada por Paulo Ferrão, pelo trabalho desenvolvido e esforço de missão publica, que contribuiu para reafirmar a FCT enquanto organismo central no sistema científico e tecnológico nacional”, lê-se num comunicado do MCTES.
José Paulo Esperança é professor catedrático de finanças e director do ISCTE Business School desde 2015 e foi fundador e presidente do AUDAX (centro de apoio ao empreendedorismo e empresas familiares) de 2005 a 2015 e da Building Global Innovators (aceleradora de startups de base tecnológica) entre 2010 e 2015.
Professor coordenador na Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave desde 2016, Nuno Rodrigues é doutorado em engenharia informática pela Universidade do Minho. Em 2010 foi membro fundador do Centro de Investigação de Jogos Digitais no Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, em que foi director entre 2010 e 2018. Entre 2011 e 2018 foi director da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave.
Por fim, Maria Emília Moura é chefe de gabinete do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior desde Novembro de 2016. Licenciada em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão, foi directora do Departamento de Gestão e Administração da FCT entre 2009 e 2015 e já tinha sido adjunta do gabinete do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior entre 2005 e 2009.