Obras no Palácio Nacional da Ajuda obrigam a corte de trânsito

Nos próximos 14 meses o trânsito estará cortado num troço da Calçada da Ajuda devido às obras de requalificação a decorrer no Palácio, que se encontra incompleto há mais de 200 anos, e que irá acolher o Museu do Tesouro Real.

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Rui Gaudencio
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As obras de requalificação do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, vão obrigar ao corte ao trânsito de um troço da Calçada da Ajuda até Maio de 2020, revelou esta quinta-feira a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC).

Segundo o organismo, nos próximos 14 meses o trânsito estará cortado entre a Alameda dos Pinheiros e a Calçada do Mirante à Ajuda, obrigando ao desvio de circulação e à criação de percursos alternativos para os transportes públicos.

Em causa estão as obras de requalificação que decorrem no Palácio Nacional da Ajuda, para terminar o edifício - incompleto há mais de 200 anos - e acomodar o futuro Museu do Tesouro Real.

O prazo de conclusão estava fixado para o primeiro trimestre de 2020, mas a ministra da Cultura, Graça Fonseca, disse na terça-feira em audição parlamentar que as obras estavam atrasadas.

Questionada pelo CDS-PP, a ministra garantiu que as obras não estavam paradas, mas havia atrasos, sem especificar se se mantém o prazo de conclusão ainda para 2020.

A construção do Palácio Nacional da Ajuda foi iniciada em 1795, sendo agora concluída com a requalificação da fachada poente do edifício, com um projecto do arquitecto João Carlos Santos.

É nessa ala poente que ficará instalado o Museu do Tesouro Real, anteriormente designado Exposição Permanente do Tesouro Real, com jóias da coroa e tesouros da ourivesaria da Casa Real.

Com um orçamento de 21 milhões de euros, as obras são da responsabilidade da DGPC e da Associação de Turismo de Lisboa, entidade que suporta parte dos custos.

O espaço expositivo do museu será uma caixa forte com apertadas medidas de controlo e de segurança, porque serão mostrados 900 exemplares de joalharia real, 830 de jóias do quotidiano, pratas utilitárias e decorativas, peças de ordens e condecorações, documentação e iconografia.

A expectativa é que o museu acolha 250 mil visitantes por ano.

Em 2018, numa visita ao estaleiro das obras, o presidente da câmara de Lisboa, Fernando Medina, disse que a requalificação do Palácio Nacional da Ajuda e a integração do Museu do Tesouro Real fazem parte de uma estratégia de valorização de espaços culturais na zona, nomeadamente o Museu Nacional de Etnologia, o Museu Nacional dos Coches, o Padrão dos Descobrimentos, o Jardim Botânico Tropical e o futuro Pavilhão Azul, com a colecção particular de arte de Julião Sarmento.