Reitora da Universidade de Évora alerta António Costa para dificuldades financeiras

A reitora da UÉ revelou ter dito a António Costa que está "muito preocupada" com a situação financeira da academia alentejana, advertindo que a instituição está numa posição que "é muito difícil de gerir".

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PBC PEDRO CUNHA - PòBLICO

A reitora da Universidade de Évora (UÉ), Ana Costa Freitas, alertou esta segunda-feira o primeiro-ministro para as “dificuldades de tesouraria” que a academia alentejana atravessa, devido ao aumento das despesas com salários e progressões remuneratórias.

“Tivemos um aumento de dotação orçamental para este ano à volta de 100 mil euros, mas os aumentos de despesas decorrentes de decisões legislativas, como as progressões remuneratórias, têm um impacto, em 2019, de cerca 1,3 milhões de euros”, afirmou.

Ana Costa Freitas falava aos jornalistas depois de ter conversado sobre o assunto com o chefe do Governo, António Costa, no final da cerimónia do Doutoramento Honoris Causa dos cientistas Alexandre Quintanilha, que também é deputado do PS, e Pat Sandra.

O primeiro-ministro, que não prestou declarações aos jornalistas, assistiu à cerimónia acompanhado pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e pelo líder parlamentar socialista, Carlos César, entre outros.

A reitora da UÉ revelou ter dito a António Costa que está “muito preocupada” com a situação financeira da academia alentejana, advertindo que a instituição está numa posição que “é muito difícil de gerir”.

“O diferencial entre os 100 mil euros e 1,3 milhões de euros é muito complicado para uma universidade mais pequena, como a nossa, e quando digo mais pequena é porque temos muito menos de tesouraria do que as grandes instituições”, notou.

A responsável lembrou o acordo assinado pelo Governo com as universidades, em Julho de 2016, em que o executivo assumiu transferir para as instituições os montantes correspondentes à execução das alterações legislativas com impacto financeiro que viessem a ser aprovadas.

“Era suposto pagarem as despesas decorrentes de alterações legislativas e isso não tem sido cumprido na íntegra”, referiu Ana Costa Freitas, adiantando que a UÉ até estava “com alguma folga de tesouraria”, mas, actualmente, “já a esgotou”.