Semáforo nutricional: uma ajuda na escolha dos alimentos
Antes de comprar qualquer produto, repare primeiro na embalagem e na informação que lá vem descrita. Explicamos como funciona o semáforo nutricional, uma ferramenta que poderá ser uma aliada no momento de ir ao supermercado escolher os alimentos.
Num momento em que fazer escolhas saudáveis é tão importante, quer-se acreditar que a linguagem da nutrição deixou de ser um léxico restrito aos gabinetes de nutricionistas, ligada apenas ao conceito de dieta. A nutrição entrou nas vidas dos portugueses num momento em que falar em alimentação saudável é mais do que uma tendência, mas sim uma necessidade e um estilo de vida a adoptar com celeridade. Por todos, sem excepção, como forma de optar por refeições nutricionalmente equilibradas.
Cada vez mais relevante na hora de escolher os alimentos no supermercado, o semáforo nutricional é uma ferramenta gráfica de apoio à interpretação da rotulagem. Além de contribuir para compreendermos melhor a composição nutricional dos alimentos, o semáforo nutricional é uma ferramenta prática e fácil de reconhecer, que surge através de um sistema de cores nas embalagens. E, talvez não saiba, mas o Continente ;foi o primeiro e único em Portugal a implementar este sistema de informação nutricional nos seus produtos de marca própria em 2008.
Como ler o semáforo nutricional
A leitura do semáforo nutricional é simples. A ideia é que ao ler os ró;tulos perceba qual o nível de concentração de quatro nutrientes chave, associando-os a um código de cores - falamos da gordura (lípidos), da gordura saturada, dos açúcares e do sal. São estes os principais nutrientes cujo consumo exagerado pode levar ao aparecimento de doenças crónicas como as doenças cardiovasculares, a diabetes, a hipertensão, a obesidade e até alguns tipos de cancro (são estas as que mais matam e incapacitam as pessoas em Portugal e nos restantes países europeus).
Da próxima vez que percorrer um corredor do hipermercado Continente, lembre-se do seguinte. Na parte da frente da maioria dos produtos Continente, o perfil nutricional, em forma de semá;foro pela alusão às cores, mostra-nos quais os nutrientes que estão presentes em excesso a vermelho, os que apresentam uma concentração moderada a amarelo e aqueles para os quais a quantidade é reduzida a verde. É ainda de salientar que existe a cor cinza, cor atribuída às calorias, que não tem qualquer significado nutricional, mas é importante estar presente a propósito da Dose de Referência (DR). As percentagens no interior dos círculos correspondem à instrução dose diária de referência (ou DR, a informação de percentagens que situa o consumidor na quantidade de nutrientes e calorias diárias recomendadas).
A importância de uma escolha consciente
A necessidade de explicar como funciona esta ferramenta implementada no Continente surge após a publicação do estudo “As atitudes dos consumidores portugueses face à rotulagem alimentar”, realizado em 2017 pelo IPAM em colaboração com uma investigadora da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, para a Direcção Geral de Saúde, com a chancela da Organização Mundial de Saúde (OMS). Os resultados deste estudo revelaram que 40% dos inquiridos não compreendia realmente a informação nutricional básica que lhes permitia fazer escolhas alimentares mais saudáveis, sendo que essa percentagem subia para 60% quando os inquiridos apresentavam menores níveis de escolaridade. Neste seguimento, e de acordo com dados da Direcção de Estudos de Mercado Continente, 85% dos consumidores assume dar, nos dias de hoje, mais atenção ao que come, comparativamente ao que fazia há alguns anos, enquanto 74% dos consumidores afirma ter conseguido alterar alguns hábitos na sua alimentação. Mesmo assim e segundo o mesmo estudo, 71% dos portugueses afirma querer ter acesso a informação sobre os alimentos que consome. Por isso, esclarecer que existe esta útil ferramenta e que a mesma pode ser facilmente interpretada é de extrema importância.
Na verdade, o semá;foro não nos dá a indicação se os alimentos são bons ou maus, contudo permite-nos fazer escolhas mais conscientes, essenciais a uma vida saudável. Ajuda a orientar para o consumo de alimentos com mais nutrientes a verde e amarelo e convidar ao consumo moderado em frequência ou quantidade de alimentos com mais nutrientes a vermelho. Um bom exemplo é o azeite, que por ser uma gordura incluirá vermelhos no semáforo, no entanto não é por isso que este é um “mau” alimento, aliás é considerado a gordura de eleição da dieta mediterrânica, mas é importante perceber que deve ser consumido em quantidades moderadas. Alimentos naturalmente ricos em determinados nutrientes, como é o caso dos sumos 100% fruta, cujo único açúcar corresponde apenas ao naturalmente presente na fruta, com semáforo vermelho para os açúcares, ou o, já referido, azeite e os frutos oleaginosos (como as nozes), com semáforos vermelhos para as gorduras, não representam opções a excluir de uma alimentação saudável, mas sim a moderar na quantidade em que são consumidos.
De forma breve, o truque é limitar o consumo de alimentos ricos em gorduras totais e saturadas, açúcares e sal, ou seja, prestar atenção às quantidades dos mesmos e como se distribuem nas diferentes cores. O semáforo foi também adaptado para incluir o sistema ColorADD® uma codificação de cores para daltónicos, sendo uma ferramenta acessível a todos. Para além disto, adapta os critérios para produtos para os quais a porção de consumo é maior do que 100g, para alimentos, e 150ml, para bebidas, (nestes casos deverá considerar-se que a ingestão destes quatro nutrientes será maior também).
Antes de ir às compras
É de mencionar, sobre o tema, que em Abril passado o Ministério da Saúde destacou o trabalho desenvolvido pela Sonae MC, através da Missã;o Continente na promoção da literacia alimentar, em particular, através do Semáforo Nutricional, pela disponibilização nos produtos de marca Continente e capacitação dos consumidores no momento de escolha dos alimentos que vão comprar. A Distinção de Mérito da Sonae MC destina-se a galardoar pessoas singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, que tenham prestado serviços relevantes à saúde pública nos últimos doze meses.
Apesar de ser uma tentação cingir-se apenas à leitura do semáforo esta não deve, porém, ser feita sem a leitura completa da lista de ingredientes de determinado produto. Os rótulos devem ser analisados por completo. Por fim, com a chegada do semáforo nutricional com grafismos mais claros, nunca foi tão imediato e intuitivo aprender a ler rótulos. E usá-los em benefício de uma escolha equilibrada sempre que entra num supermercado deve ser uma prioridade.
Agora, vamos às compras?