Google mostra mais opções de motor de busca a utilizadores de Android

Medida vai ao encontro das exigências da Comissão Europeia.

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Em 2018, o Google recebeu uma multa de 4340 milhões de euros por práticas anticoncorrenciais Reuters/Dado Ruvic

O Google vai passar a perguntar aos utilizadores Android qual é o motor de pesquisa e o navegador de Internet que querem utilizar – em vez de disponibilizar logo ferramentas do Google, como é o caso do Chrome – quando começam a utilizar um tablet ou smartphone novo. A mudança faz parte de um conjunto de alterações da empresa na sequência das sanções da Comissão Europeia por práticas anticoncorrenciais.

Foi também esse o motivo para o serviço de comparador de preços da tecnológica norte-americana, o Google Shopping, começar a disponibilizar ligações para sites de serviços concorrentes, juntamente com sugestões de produtos e serviços de vários comerciantes.

As alterações foram anunciadas num comunicado divulgado ao final desta terça-feira, assinado por Kent Walker, um dos vice-presidentes da equipa de relações internacionais do Google. No texto, Walker nota que as discussões com a Comissão Europeia duram há “quase uma década” e que as novas mudanças demonstram um “compromisso contínuo em trabalhar de uma forma aberta e escrupulosa”.

Aos olhos da Comissão, o Google tem-se aproveitado repetidamente da sua posição dominante no mercado para promover os seus próprios produtos e impedir concorrentes de se desenvolverem. Em 2019, o navegador do Google, o Chrome, é usado por mais de 58% de utilizadores da Internet, de acordo com dados da analista StatCounter (seguem-se o Safari e o Firefox). A percentagem de utilizadores mundiais a utilizar o sistema operativo Android já ultrapassa os 85%, segundo dados da analista IDC.

Em 2018 a Comissão multou o Google em 4340 milhões de euros – a maior multa de sempre num processo de abuso de posição dominante na União Europeia – por práticas monopolistas no seu sistema operativo móvel. Um ano antes, em 2017, a empresa também foi multada por Bruxelas em 2720 milhões de euros, pela prioridade dada ao comparador de preços Google Shopping no motor de busca. Por exemplo, ao pesquisar por roupa, o consumidor via primeiro resultados provenientes da ferramenta Google Shopping. 

“Agora estamos a fazer mais para garantir que os donos de um telefone Android conheçam as opções de escolha”, explicou Kent Walker.

Caso o Google ignorasse as falhas identificadas, seria forçado a pagar uma coima por incumprimento que pode atingir 5% da média diária do volume de negócios mundial da Alphabet, que é a empresa-mãe do Google.

Apesar de o Google anunciar várias novas medidas para ir ao encontro das exigências da Comissão, o responsável de relações internacionais do Google reforça que “nos telefones Android, sempre foi possível instalar qualquer motor de pesquisa ou navegador que um utilizador quisesse, independentemente do pré-instalado” e que nos últimos anos também foram feitas “várias alterações” ao serviço Google Shopping.

Mesmo depois de ter recorrido da multa mais recente, a empresa nota que há um ponto em que está de acordo com a Comissão Europeia: “mercados saudáveis e vibrantes são do interesse de todos”.

Nos próximos meses, serão anunciadas outras medidas.

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