Um jornalista fez uma pergunta e, pela primeira vez, Kim respondeu

Comentários informais do líder norte-coreano na cimeira de Hanói com Donald Trump surpreendem repórteres e analistas.

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“Nesta visita, em particular, decidimos que tínhamos de caminhar”, disse Trump no final da cimeira Reuters/LEAH MILLIS
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O carro em que seguia Kim Jong-un Reuters/KIM KYUNG-HOON
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Donald Trump Reuters/LEAH MILLIS
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Donald Trump na conferência de imprensa no final da cimeira Reuters/JORGE SILVA
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Polícia cria espaço para a passagem do carro onde segue Donald Trump EPA/FAZRY ISMAIL
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A irmã de Kim Jong-un, Kim Yo Jong Reuters/LEAH MILLIS
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Donald Trump na conferência de imprensa no final da cimeira Reuters/JORGE SILVA
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Multidão à espera de Donald Trump EPA/LUONG THAI LINH
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Donald Trump a entrar no avião depois da cimeira Reuters/LEAH MILLIS

A cimeira Kim-Trump pode ter acabado sem progressos em relação às sanções, mas marcou uma viragem no modo como o líder norte-coreano lida com a imprensa estrangeira.

Numa estreia inesperada, Kim Jong-un falou aos jornalistas enquanto era fotografado na capital vietnamita, Hanói, sobre a reunião que estava prestes a ter com Trump: “Não quero fazer um julgamento prematuro, mas tenho a sensação de que vamos ter bons resultados”; disse Kim, respondendo a uma questão do jornalista do Washington Post David Nakamura.

O optimismo revelou-se afinal exagerado, mas o momento marcou uma viragem: foi a primeira vez que o líder da Coreia do Norte respondeu a uma pergunta de um jornalista.

E ainda disse mais: “Deve haver pessoas que nos vêem a divertirmo-nos imenso, como se estivéssemos numa cena de um filme de fantasia. Temos feito esforços enormes, e chegou a altura de os mostrarmos”.

Mais tarde, já sentado à mesa com Trump, na quarta-feira, respondeu a uma questão da agência Reuters sobre se estaria disposto a desistir das suas armas nucleares. “Se não estivesse pronto para isso não estaria aqui”, respondeu, antes de pedir aos jornalistas mais tempo para a conversa com Trump. “Um minuto que seja é precioso para nós”, rematou.

A interacção confiante de Kim é uma estreia não só para o actual líder como marca uma grande diferença em relação ao seu pai, Kim Jong-il, cuja voz só foi ouvida duas vezes em público através de gravações áudio. Mas o antecessor deste, Kim Il-sung, o primeiro líder da dinastia, deu entrevistas à imprensa estrangeira e até recebeu jornalistas no seu iate privado.

Antes destas respostas, Kim tinha ignorado questões de jornalistas estrangeiros.

Koh Yu-hwan, especialista na liderança norte-coreana na Universidade Dongguk, na Coreia do Sul, comentou à Reuters que a atitude é “muito nova”. “Até Kim Il-sung preferia dar entrevistas por escrito”, lembrou. “Mas Kim Jong-un respondeu aos repórteres de improviso, de modo informal. Parece que está com confiança suficiente para falar.”