Os vencedores dos Grammy? As mulheres e o rap
As cantoras Lady Gaga, Brandi Carlile e Kacey Musgraves levaram três prémios cada. Ainda assim, a cerimónia acabou por ser marcada não tanto pelos vencedores, mas pelos grandes nomes ausentes.
Kacey Musgraves, Dua Lipa, Cardi B, Lady Gaga. As mulheres estiveram em destaque na 61.ª edição dos Grammy, os prémios norte-americanos de música. Venceram este domingo, em Los Angeles, nas categorias de Melhor Álbum do Ano e de Melhor Jovem Artista, enquanto o rap conquistou importantes troféus. É uma diferença grande em relação à edição anterior, em que houve poucas nomeadas. Ainda assim, a cerimónia foi pautada pela ausência de alguns grandes nomes, como Kendrick Lamar, Childish Gambino ou Ariana Grande, sinal de uma possível crise de relevância dos prémios.
Golden Hour, de Kacey Musgraves, venceu o Melhor Álbum do Ano e Dua Lipa ganhou o prémio de Melhor Jovem Artista. Childish Gambino, o alter-ego do também argumentista, actor, cómico e realizador Donald Glover, foi o grande vencedor da noite, recebendo quatro prémios, incluindo Melhor Videoclip e Melhor Performance Rap/Cantada, pelo fenómeno This is America, que se tornou o primeiro tema de rap a ser galardoado com o prémio de Melhor Gravação do Ano.
Já Drake surpreendeu quando surgiu no palco para aceitar a distinção de Melhor Canção Rap. Drake, que raramente costuma comparecer a este tipo de cerimónias, foi premiado por God's Plan.
O rap vinha de um longo período de derrotas nos Grammy. A última vez que artistas de hip-hop ganharam o Álbum do Ano foi em 2004, com os Outkast (Speakerboxxx/The Love Below), e poucos tinham vencido a distinção de Melhor Jovem Artista.
Cardi B, que subiu ao palco para interpretar Money, fez história ao tornar-se a primeira mulher a solo a ganhar o Melhor Álbum de Rap (Lauryn Hill venceu como membro do grupo The Fugees na edição de 1997) graças a Invasion of Privacy.
A cerimónia foi apresentada por Alicia Keys, que tocou dois pianos ao mesmo tempo, e começou com um grupo de mulheres, que incluía Michelle Obama e Lady Gaga, a descreverem o papel da música nas suas vidas. A abertura contrastou com os Grammy do ano passado, onde os desempenhos masculinos dominaram as nomeações e a única mulher a competir pelo prémio principal, Lorde, não chegou a pisar o palco. Contudo, este ano, Gaga, Brandi Carlile e Kacey Musgraves ganharam três distinções cada. Carlile era a mulher mais nomeada, estando na corrida para seis prémios, tanto pelo álbum By the Way, I Forgive You quanto pela canção The Joke.
Carlile ganhou três prémios na categoria Americana. Gaga também venceu três, incluindo o Melhor Performance Pop para Duo ou Grupo, uma vitória que dividiu com Bradley Cooper. Gaga, agora nove vezes vencedora de um Grammy, ganhou o prémio de melhor performance a solo com Joanne, enquanto o sucesso Shallow, do filme Assim Nasce Uma Estrela, também foi distinguida. A canção, que já ganhou um Globo de Ouro, está também nomeada para um Óscar.
Na música country, Musgraves ganhou o melhor álbum, com Golden Hour, melhor performance a solo, com Butterflies, e melhor música, com Space Cowboy.
Diana Ross foi aplaudida de pé quando surgiu no palco para cantar um medley composto por Reach Out and Touch (Somebody's Hand) e The Best Years of My Life.
Já Ariana Grande venceu o seu primeiro Grammy, na categoria de Melhor Álbum Pop, com Sweetener.