Coletes Amarelos marcham até Paris para pedir referendo
As marchas devem confluir no dia 17 em Paris, para exigir a Emmanuel Macron um referendo sem restrições.
Os "coletes amarelos" do sudeste da França iniciaram uma “marcha pacífica” até Paris, onde esperam reunir-se com manifestantes de outras partes do país para exigir a realização de um referendo de iniciativa cidadã “sem restrições”.
O movimento quer que sejam realizados referendos sobre as grandes decisões políticas de forma a criar uma nova dinâmica na governação e na democracia. No iníco de Fevereiro, Le Journal du Dimanche avançou que o Presidente Emmanuel Macron estava aberto a esta consulta popular em resposta aos protestos que ocorrem a cada sábado no país.
O Palácio do Eliseu não confirmou, mas Macron disse que o referendo era "uma das hipóteses sobre a mesa" - alguns jornais avançaram depois que, a realizar-se, pode coincidir com as eleições europeias de 26 de Maio.
Os primeiros passos desta marcha foram dados neste domingo em Boulou, junto à fronteira com Espanha, por um pequeno grupo do membros do movimento. No dia 16 sairá um segundo grupo de Marselha, estando previsto a chegada das duas colunas (que esperam engrossar) à capital francesa no domingo que vem, 17 de Março.
“Estamos em contacto com outros grupos de ‘coletes amarelos’ que sairão da Bretanha (noroeste), Dunquerque (norte), Bordéus (sudoeste) ou Estrasburgo (leste) para que se juntem a nós na capital. Queremos um referendo de iniciativa cidadã sem restrições, lutamos pela justiça fiscal e social, pela ecologia e apoiamos manifestantes que sejam vítimas de violência policial e decisões judiciais abusivas”, disse sexta-feira Sarah Chabut, membro do movimento em Gard, no sul de França.
O movimento Coletes Amarelo surgiu em França em Novembro para contestar contra o aumento do preço dos combustíveis e a perda de poder de compra dos franceses, alargando-se depois a outras reivindicações.
Desde 17 de Novembro milhares de pessoas têm-se manifestado todos os sábados envergando coletes refletores de segurança rodoviária.
Algumas dessas manifestações degeneraram em violência, com automóveis e contentores de lixo incendiados e confrontos com as forças policiais, que fizeram pelo menos dez mortos e milhares de feridos. Na manifestação de sábado em Paris, um manifestante perdeu alguns dedos ao ser atingido por uma granada de gás lacrimogéneo.