Em Portugal, 9% admitem ter pago online por produtos que não existiam

Os dados foram recolhidos num estudo do Google em que participaram 1007 portugueses. Roubo de credenciais de acesso às redes sociais, e esquemas de phishing estão entre os outros problemas que se encontram online.

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Uma das linhas de apoio disponíveis em Portugal é a Linha Internet Segura Daniel Rocha

Perto de 9% dos utilizadores de Internet em Portugal inquiridos num estudo do Google admitiram já ter sido vítimas de esquemas na Internet em que pagaram por produtos ou serviços que não existiam.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira, no Dia da Internet Mais Segura, uma iniciativa europeia que se celebra em 140 países. Desde 2004 que a data pretende informar as pessoas sobre boas práticas de segurança na Internet e mostrar onde se pode pedir ajuda.

Em Portugal, 1007 utilizadores de Internet participaram no estudo do Google entre Dezembro e Janeiro. Foi encomendado à empresa de pesquisa de mercado YouGov, que diz que os resultados são representativos da população adulta portuguesa.

Além do problema com as burlas, mais de 15% dos intervenientes admitiram já ter sido vitimas de acessos não autorizados a contas de email ou redes sociais. E pelo menos 50% disseram ter contacto com esquemas de phishing, uma táctica de engenharia social em que os atacantes usam emails falsos (por exemplo, em nome de um banco ou rede social) para convencer alguém a fornecer dados pessoais.

Os resultados do inquérito recente do Google mostram, porém, que os utilizadores em Portugal já recorrem a vários mecanismos de protecção. Especialmente quando o objectivo é proteger informação bancária ou fotografias pessoais. Por exemplo, perto de 49% mudam as palavras-passe a cada seis meses (com 9% a fazê-lo mensalmente), e cerca de 25% afirmam optar pela verificação a dois passos (por exemplo, além da palavra-passe, é preciso um código recebido no telemóvel) em todos os sites que usam.

Em caso de problema, uma das linhas de apoio disponíveis em Portugal é a Linha Internet Segura. Em 2018, cerca de 11% das chamadas feitas eram sobre compras online, consultas bancárias na Internet e burlas associadas. E 23% eram sobre problemas nas redes sociais.

“A Linha funciona como o primeiro ponto para as pessoas pedirem ajuda e informação sobre problemas na Internet”, explicou ao PÚBLICO Sofia Rasgado, coordenadora do Centro Internet Segura. “Prestamos esclarecimentos iniciais e fazemos os encaminhamentos. Temos canais de comunicação privilegiados com sites como o Facebook e o Google, para pôr as pessoas que nos contactam a falar com quem precisam. Também trabalhamos de perto com a Polícia Judiciária.”

Quem procura a linha, porém, não quer apenas obter resposta a questões técnicas. Quase um terço dos pedidos de ajuda que chegam (31%) estão associados a temas como a extorsão sexual online e conteúdo de abuso sexual de menores.

Qualquer pessoa que encontre este tipo de conteúdo na Internet pode denunciá-lo através da Linha Alerta, um mecanismo de denúncia de material ilegal disponível na Internet. Além de conteúdo sexual de menores, também é uma plataforma para denunciar casos de incitação à violência e ao racismo. Desde o início da operação desta Linha, em Setembro de 2007, foram recebidas cerca de 19.700 denúncias (há entre 1000 e 2700 por ano).

Em 2019, ambas as linhas passaram a ser da responsabilidade da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, APAV. É um dos membros do Consórcio do Centro Internet Segura, que reúne a FCT, a Microsoft, o Governo, a Fundação Portugal Telecom e o Instituto Português do Desporto e da Juventude.

Um dos objectivos do Dia da Internet Mais segura deste ano é insobre os mecanismos que o Consórcio disponibiliza. Ao longo de mês de Fevereiro vão ser dinamizadas várias actividades em todo o país.

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