Rio pondera pedir nova comissão parlamentar de inquérito à CGD
Presidente do PSD revelou que o assunto está a ser tratado com a direcção do grupo parlamentar.
O líder do PSD, Rui Rio, admitiu nesta segunda-feira, no Porto, que pondera pedir a criação de uma nova comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD), revelando estar a tratar dessa possibilidade com a direcção do grupo parlamentar.
"Está a ser pensado se fazemos ou não [um pedido para a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito]", revelou Rui Rio, um dia depois de Marques Mendes ter defendido, no seu habitual comentário aos domingos à noite na SIC, que “se impõe fazer uma nova comissão parlamentar de inquérito [à Caixa] porque a anterior acabou em águas de bacalhau”.
"Provavelmente, algumas destas matérias deviam dar processos crime por gestão danosa. O problema é que, na prática, já prescreveram”, assumiu Marques Mendes, adiantando que é preciso apurar as “responsabilidades políticas, institucionais, organizativas e operacionais”. “Há culpa de muita gente. Uns mais do que outros mas todos têm culpas no cartório“, disse ainda.
"Estamos a ver se faz sentido criar uma nova comissão parlamentar e ver o que esses três partidos [PCP, BE e PS], que acabaram abruptamente com a anterior comissão, vão dizer. A decisão ainda não está tomada”, salvaguardou o líder social-democrata, que falava aos jornalistas no final de uma reunião com a direcção da Associação de Jovens Agricultores de Portugal.
Rui Rio não poupou críticas aos três partidos da esquerda parlamentar por terem "acabado" com a anterior comissão de inquérito ao banco público. A "última comissão" relativa à CGD "foi abruptamente cortada pelo PCP, BE e PS", pelo que é um "discurso um bocado hipócrita pedirem [uma avaliação] doa a quem doer", quando "encerraram a comissão antes que doesse a alguém", apontou.
Na sexta-feira, em Évora, o líder do PSD pediu uma “investigação célere” às alegadas “decisões erradas” de ex-gestores da Caixa Geral de Depósitos (CGD), defendendo que o Ministério Público (MP) “tem a obrigação de fazer as acusações que se impõem”.
“É preciso que haja uma investigação como deve ser, o mais célere possível, que é para depois também não prescrever”, afirmou Rui Rio aos jornalistas.
A auditoria ao banco público aponta "importantes insuficiências" organizacionais que poderão ter contribuído para decisões pouco fundamentadas na concessão de crédito e detectou sete operações de concessão de crédito com risco grave ou elevado e perdas, só nestas, de mais de 1.000 milhões de euros, entre as quais as operações de financiamento da fábrica da La Seda de Barcelona, em Sines.