Charlotte Gainsbourg também vem ao Super Bock Super Rock
Actriz-cantora, filha de Serge Gainsbourg e de Jane Birkin, actua na herdade do Meco no dia 19 de Julho.
Conhecemo-la mais do cinema, de uma carreira que ultrapassou já a meia centena de filmes, mas numa filha de… Serge Gainsbourg e Jane Birkin, a música não poderia ficar para trás. Charlotte Gainsbourg (n. Londres, 1971) é a nova confirmação para o cartaz do 25.º Super Bock Super Rock, com actuação agendada para o segundo dia do festival, 19 de Julho, na Herdade do Cabeço da Flauta, no Meco, Sesimbra.
A organização evoca, de resto, a paternidade (e maternidade) de Charlotte como “uma questão genética que não se deve menosprezar”. E cita uma observação da mãe para a definir como artista: “Olhar para Charlotte é como contemplar as águas calmas de um lago sob o qual, de alguma maneira, se consegue antever um movimento de tumulto e agitação”.
A vertente mais tumultuosa está bem patente na sua carreira cinematográfica, nomeadamente em filmes como Ninfomaníaca, I e II (Lars von Trier, 2013). Diferente parece ser a faceta de cantora e intérprete, e não apenas das canções escritas pelo pai – que deram origem, por exemplo, ao seu primeiro registo discográfico feito quando tinha apenas 13 anos, Charlotte For Ever (1985). “Charlotte é assim: somos embalados por uma aparente suavidade ao mesmo tempo que somos surpreendidos por uma tensão emocional só ao alcance dos melhores intérpretes”, diz a promotora do Super Bock Super Rock.
Depois de um longo hiato musical, preenchido pelo cinema, Charlotte Gainsbourg regressou aos discos em 2001, gravando What It Feels Like for a Girl, de Madonna. Seguiu-se 5:55, em 2006, com letras de Jarvis Cocker e Neil Hannon, experiência bem-sucedida, que a levou a regressar ao estúdio pouco tempo depois, desta vez com a ajuda de Beck. Daí surgiu o seu terceiro álbum, IRM (2009), “um disco diverso, com folk, Gainsbourg, rock ou sugestões mais indefinidas, onde Charlotte se revela felina. Não toca instrumentos, não compõe, não escreve letras, apenas canta, e mesmo assim de forma nada consensual”, escreveu o crítico do PÚBLICO Vítor Belanciano.
A sua gravação mais recente é de 2017, Rest, com “um punhado de canções adultas sobre a perda, a morte, o medo e toda uma série de conflitos intimistas”, diz a organização do festival, que aí destaca o tema que deu título ao disco e ainda Deadly Valentine.
Serão estas canções, e tantas outras, que o público vai poder ouvir no Meco, no próximo Verão, no mesmo dia em que estão também confirmadas as actuações do músico haitiano-canadiano de hip-hop Kaytranada e do multi-instrumentista francês FKJ (Vincent Fenton).
Outros nomes já confirmados para a edição deste ano do festival são Lana Del Rey, The 1975 e Metronomy (dia 18); além de Disclosure DJ set e Superorganism (dia 20).