Frio põe em risco sobrevivência de refugiados na Síria e no Líbano

Temperaturas baixas, seguidas de chuva intensa e fortes nevões, põem em risco refugiados na Síria e no Líbano. Alto comissariados das Nações Unidas para os Refugiados deixa o alerta.

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A falta de combustível para aquecimento tem dificultado a vida aos refugiados deslocados no campo de Arsal, no Líbano Reuteurs/Zeina Alhoujeyri

Em Arsal, no Norte do Líbano, e na província Síria de Idlib, as temperaturas baixas ameaçam menores e as suas famílias que estão alojadas em campos de refugiados. A chuva intensa e vento forte, aliados a neve, destruíram as frágeis tendas que servem de único abrigo para enfrentar o Inverno, alertou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

Segundo dados do Governo, o Líbano acolhe cerca de 1,5 milhões de sírios que fugiram à guerra, representando um quarto da população libanesa, e sendo o país com maior densidade de refugiados per capita no mundo, diz o jornal espanhol El País.

Setenta mil refugiados, incluindo 40 mil menores, estarão sujeitas a condições climatéricas extremas neste país, de acordo com o Guardian.

Foi em Arsal que se registaram as temperaturas mais baixas no Líbano, chegando os termómetros a marcar dez graus negativos e a neve impedindo o acesso ao campo de refugiados da cidade. Noutras regiões, as inundações provocadas pelas chuvas destruíram habitações improvisadas.

Neste momento, os refugiados em Arsal queixam-se da falta de ajuda e do pouco combustível que é distribuído às famílias, noticia o diário espanhol. O financiamento deficitário à ONU continua a fazer-se sentir: em 2018, a organização obteve apenas 50% dos 4.780 milhões de euros que solicitou com vista a auxiliar 5,6 milhões de refugiados.

Uma criança síria de oito anos morreu no Líbano, depois de ter escorregado para um rio durante uma tempestade, avança, por sua vez, o diário inglês.

Congelar até à morte

Na Síria as temperaturas baixas ameaçam 11 mil crianças refugiadas, de acordo com jornal britânico. Voluntários nos campos de refugiados alertam para o “risco real de as pessoas simplesmente congelarem até à morte”, na sequência das descidas de temperaturas registadas no fim-de-semana e da escassez de mantas, agasalhos e combustível.

Das 2,9 milhões de pessoas que vivem em Idlib, metade são refugiadas, mostram os números das Nações Unidas. A organização Save The Children alerta para a necessidade de se estabelecer uma zona desmilitarizada assegurada pela Turquia e Rússia — ao longo da frente de Idlib — para que se evite uma crise humanitária, caso a situação escale.

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