Campanhã: Câmara investe 2,6 milhões de euros em Azevedo

Requalificação de uma das zonas mais rurais e esquecidas da cidade deverá estar finalizada em 2021 e inclui intervenção em 14 arruamentos.

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Azevedo de Campanhã fica na fronteira do Porto com Gondomar Adriano Miranda

Naquele fragmento de Porto, parece habitar a cidade de um outro século. Em Azevedo, lugar da freguesia de Campanhã, na fronteira com Gondomar, preserva-se o cenário rural, eterniza-se habitação precária, escasseiam transportes públicos e segurança, multiplicam-se problemas de salubridade. Rui Moreira conhece bem a narrativa. Naquele território, admitiu por diversas vezes, os problemas têm raízes profundas. E a cirurgia era urgente. Agora, o seu executivo vem finalmente dar a notícia há muito esperada pelos cerca de seis mil moradores da zona: a Câmara do Porto vai investir 2,6 milhões de euros na requalificação de 14 arruamentos e numa intervenção especial na Rua da Levada.

O programa de requalificação urbana será dividido em três fases, estando a etapa de projecto da primeira prevista já para este semestre, com as obras a arrancarem durante o ano de 2020. As intervenções serão feitas na Rua da Levada, Travessa da Levada, Rua da Palheta, Travessa da Palheta, Travessa de São Pedro, Rua do Bacelo, Travessa do Bacelo, Largo de São Pedro, Rua do Meiral, Travessa do Meiral, Rua da Granja e Calçada de São Pedro. “O cronograma tem ainda alguma dose de incerteza, mas os trabalhos começam no início deste ano e prosseguem até 2021", referiu o vereador do Urbanismo Pedro Baganha na reunião de câmara desta terça-feira.

Além dos trabalhos em arruamentos, o programa do executivo de Rui Moreira prevê ainda uma intervenção especial na Rua da Levada, onde existe uma ilha de um único proprietário que continua sem ligação ao colector. Sem um acordo possível com o senhorio, esclareceu a vereadora Catarina Araújo, a Águas do Porto deu início a um “processo de posse administrativa” das propriedades, que deverá estar concluído em 15 dias, e irá fazer a intervenção já na primeira fase do programa. Na cidade, acrescentou, 99,4% das propriedades têm ligação à rede pública de saneamento, havendo 188 casas sem essas condições. Apesar disso, sublinhou a vereadora, “não são casos de insalubridade”.

O programa agora apresentado integra a futura Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Campanhã, cuja “delimitação” está neste momento a ser ultimada. “Até ao final do trimestre”, esse trabalho deverá estar concluído, avançou Pedro Baganha, recordando que ao abrigo do programa Rua Direita há já 88 arruamentos da cidade a serem reabilitados e que, por isso, os meios camarários estão também mais limitados. O projecto para Azevedo - território que a CDU propôs transformar numa freguesia autónoma em 1997 - mereceu a vénia de toda a oposição, que pediu apenas que o calendário fosse revisto. Quanto mais rapidamente as intervenções começarem melhor.

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