Marcelo acredita que manifestações "Vamos parar Portugal" vão ser pacíficas
Presidente não partilha das preocupações que colocam o Governo em "alerta vermelho". E lembra que os cidadãos vão poder manifestar-se nas eleições de 2019.
O Presidente da República acredita que as manifestações agendadas para sexta-feira, sob o lema "Vamos parar Portugal", vão ser pacíficas, recordando que os cidadãos também podem manifestar o seu agrado ou desagrado nas legislativas de 2019. Uma posição diferente da que tem sido assumida pelo Governo, que está “muito preocupado” e em “estado de alerta” com os protestos anunciados.
Questionado sobre esses protestos, inspirados no movimento francês "coletes amarelos", Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que "a situação em Portugal é diferente da situação em França". A França, vincou, "teve sempre revoluções sangrentas. Portugal teve uma Revolução dos Cravos. Portanto, em Portugal, sabemos compreender que as razões de queixa e indignação e protesto devem ser expressas pacificamente".
"Uma coisa é a manifestação pacífica, que é timbre de Portugal, outra coisa é a violência que assistimos noutros países", acrescentou.
O Presidente da República frisou ainda que dentro de alguns meses há eleições europeias e legislativas, nas quais as pessoas "podem exprimir o seu agrado ou desagrado, em relação às instituições e aos partidos".
Os protestos marcados para sexta-feira em várias cidades do país por grupos de cidadãos são inspirados no movimento "coletes amarelos" em França, que se manifestam contra o elevado custo de vida, e que já originaram violentos confrontos entre manifestantes e polícia.
Um membro do Governo admitiu ao PÚBLICO a sua preocupação com a possibilidade de os protestos virem a ter uma adesão significativa, devido ao exemplo francês, onde o executivo recuou no aumento dos preços dos combustíveis e o Presidente anunciou o aumento de 100 euros no salário mínimo.
O executivo teme também que a manifestação seja infiltrada por movimentos extremistas e até por criminosos comuns. A PSP tem cerca de 20 mil agentes em estado de alerta, tendo suspendido todas as folgas e os créditos horários dos efectivos por uma questão de "bom senso",