Governo e Federação negoceiam data da final da Taça de Portugal
Encontro no Jamor coincide com a realização das eleições europeias. “Foi uma simples coincidência”, reconhece Comissão Nacional de Eleições.
Pela quarta vez consecutiva, há um jogo de futebol marcado na mesma data em que se realizam eleições. Desta vez é a final da Taça de Portugal, agendada para o dia 26 de Maio de 2019, a coincidir com as eleições europeias. A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) já se mostrou disponível para resolver a situação, estando, actualmente em negociações com o Governo, conforme garantiu ao Expresso o secretário de Estado do Desporto e da Juventude, João Paulo Rebelo.
Ao contrário das declarações que tinha proferido ao Expresso — onde criticou a “falta de sensibilidade para abordar o problema” —, João Tiago Machado, porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), admitiu ao PÚBLICO que a sobreposição não passará, afinal, de uma coincidência: “Conforme a FPF já pôde esclarecer, o calendário competitivo foi estabelecido no dia 4 de Maio, muito antes do dia 7 de Dezembro, quando foram marcadas das eleições”.
O porta-voz da CNE felicitou a entidade desportiva por, em primeiro lugar, mostrar abertura para, se necessário, alterar a data do encontro que terá lugar no Jamor: “Só temos que ficar contentes, ainda mais com os motivos que a FPF invocou: o respeito pelas eleições. Ao fim deste tempo todo, parecer haver o bom senso a que temos vindo a apelar”.
Sporting – FC Porto em dia de autárquicas
Em 2017, foram as eleições autárquicas a coincidir com quatro jogos do campeonato nacional, um dos quais o clássico entre os “leões” e os “dragões” em Alvalade, numa altura em que ambas as equipas lutavam pela liderança classificativa. Com início às 19h15, a partida não teve influência directa nos valores da abstenção, que até foi menor do que os registados em 2013 (caiu de 47,4% para 45,03%).
Para o porta-voz da CNE, o horário e localização da final da Taça de Portugal poderia causar maior dificuldade à votação dos adeptos de futebol que tivessem de fazer a viagem até Lisboa: “Olhando para a última final, as pessoas de Vila das Aves não conseguiriam ir votar, por exemplo. As horas a que tiveram de sair e o horário de chegada não lhes permitiria exercerem o voto. Por outro lado, o facto de o jogo ser em Lisboa, não causaria grande perturbação das assembleias de voto nas outras zonas do país”.