Oeiras quer investir 40 milhões em estradas e ciclovias

O município diz ter o objectivo de “revolucionar a mobilidade no concelho” e prepara-se para avultados investimentos rodoviários.

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PEDRO CUNHA

A câmara de Oeiras planeia investir mais de 40 milhões de euros na construção de estradas e ciclovias nos próximos dois anos. A par disso vai ainda comprar 16 mini-autocarros para o serviço Combus, recentemente relançado, com o que espera gastar 1,6 milhões de euros.

A lista de investimentos consta de um documento da autarquia a que o PÚBLICO teve acesso e no qual se estabelece o objectivo de “revolucionar a mobilidade no concelho”. Além de estradas, ciclovias e autocarros, Isaltino Morais ainda não desistiu do Sistema Automático de Transporte Urbanos (SATU), o comboio automático que serviria para ligar Paço de Arcos ao Cacém e nunca passou do Oeiras Parque, tendo fechado há uns anos porque dava prejuízo.

O autarca já tinha dito ao PÚBLICO, em Maio, que ia estudar de que forma continuaria o SATU até ao Taguspark, a norte do concelho, deixando depois a conclusão do projecto para o Estado. Esse estudo está neste momento a decorrer e “até meados de 2019 haverá um modelo definitivo para avançar com a ligação”, promete-se agora.

Do bolo de 40 milhões, os investimentos mais significativos são em estradas, com destaque para a chamada Via Longitudinal Norte, um projecto iniciado há mais de 15 anos com o qual a autarquia quer criar uma rodovia mais ou menos paralela à A5, percorrendo o concelho pelo norte. Está prevista igualmente uma Via Longitudinal Sul, que tem o mesmo objectivo mas percorre, como o nome indica, a parte sul do território.

Para a via Norte estão reservados 26 milhões de euros. A intenção da câmara é ligar Carnaxide a Queijas através de um viaduto sobre o vale que separa as duas localidades, desembocando numa rotunda de onde partem outras ligações. O projecto deve estar concluído em meados de 2020. O investimento na via Sul é mais modesto (3,1 milhões de euros) e consiste na “execução do troço entre a rotunda da Laje e o novo acesso à A5 para Oeiras, de forma a estabelecer este movimento rodoviário sem recurso ao uso de vias locais, permitindo uma maior fluidez de tráfego”.

Uma obra que poderá ter algum impacto para lá dos limites do concelho é a que o município oeirense conta ter pronta em Julho do próximo ano e na qual vai gastar quatro milhões de euros. Trata-se de um viaduto sobre a A5 para unir Carnaxide a Linda-a-Velha, criando assim “uma alternativa de acessibilidade” entre as duas freguesias, onde o grande volume de empresas origina engarrafamentos crónicos diariamente.

O viaduto está planeado para um local da A5 próximo das saídas para Carnaxide e Linda-a-Velha, já na descida para Queijas e o Estádio Nacional. O projecto implica ainda a construção de cinco rotundas de ambos os lados.

Outra obra em vista é a criação de uma nova saída da Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL) para Miraflores, no sentido Algés-Sacavém. Prevista há anos, esta saída pode estar feita já em Abril de 2019, diz o município: “Permitirá o acesso do tráfego proveniente da Avenida Marginal e da zona ribeirinha [a Miraflores], evitando o atravessamento da Avenida dos Bombeiros Voluntários de Algés, libertando esta via para funções de distribuição de tráfego local”. A obra está orçada em cerca de 1,1 milhões.

É menos de metade do que a autarquia quer gastar na criação de uma ciclovia na Estrada da Medrosa, que liga a estação de Oeiras e a praia da Torre. Nos 1600 metros daquela via vai ser possível andar de bicicleta por 2,4 milhões de euros. O projecto deve estar pronto no Verão do próximo ano.

Estão ainda previstas mais três ciclovias no concelho: entre Vila Fria e Leceia (920 metros, 500 mil euros), na Estrada das Biscoiteiras, entre Linda-a-Velha e o Estádio Nacional (1,7km por 1,9 milhões de euros) e entre a estação de Paço de Arcos e o Lagoas Park (4,2km por 1,3 milhões de euros).

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