Portugal e Espanha dão apoio "político" à organização do Mundial 2030
António Costa classificou como "uma boa ideia" o cenário de uma candidatura a três, com Marrocos a bordo.
Portugal e Espanha chegaram nesta quarta-feira, em Valladolid, a acordo para dar o seu apoio "político" à preparação, em conjunto com Marrocos, de uma candidatura dos três países à organização do Mundial de futebol de 2030.
"Num momento em que é fundamental desenvolver as relações entre a Europa e África é, obviamente, uma boa ideia podermos ter um evento com a carga simbólica como é o Mundial", disse o primeiro-ministro português, António Costa, na conferência de imprensa final da Cimeira bilateral entre os países ibéricos.
Tendo ao lado o chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, o primeiro-ministro sublinhou a necessidade de ser feito "um longo trabalho de casa" por parte das federações de futebol dos três países para verificar a oportunidade da organização do evento. "É uma ideia [...] As nossas federações irão trabalhar e avaliar se têm ou não condições para avançar com uma ideia boa que merece ser conduzida com sucesso", acrescentou António Costa.
Pedro Sánchez já tinha avançado com a proposta desta candidatura conjunta, na semana passada, aquando de uma visita que fez a Marrocos. "Parece-me que é uma mensagem que damos ao mundo, que damos a África e que damos à Europa de fraternidade, de amizade, de cooperação, com uma envergadura e com um impacto tremendo...", sublinhou o chefe do Governo espanhol.
A última grande competição internacional de futebol organizada pela Espanha foi o Mundial de 1982, enquanto Portugal teve a seu cargo o Europeu de 2004. Marrocos candidatou-se ao Mundial de 2026, cuja organização foi atribuída a Canadá, Estados Unidos e México, e na sua proposta destacava o facto de o país estar no "cruzamento" da Europa com África.
Uma eventual candidatura dos países ibéricos com Marrocos iria juntar-se à proposta conjunta apresentada por Argentina, Paraguai e Uruguai em Julho de 2017. A Coreia do Sul deu eco da vontade se aliar a Coreia do Norte, Japão e China, enquanto o Reino Unido e a Irlanda também já manifestaram vontade de avançar, ao passo que uma candidatura balcânica também foi aflorada.