BE questiona Salgado sobre contentores no Martim Moniz
Na reunião de terça-feira, Manuel Salgado prometeu levar as críticas dos moradores ao conhecimento do executivo, mas não garantiu que alguma coisa do projecto vá mudar.
Os deputados do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Lisboa querem saber “qual a justificação para fazer um novo contrato” de concessão na Praça Martim Moniz e perguntam à câmara se não ponderou “a gestão pública deste espaço”. As perguntas constam de um requerimento feito pelos eleitos do BE depois de conhecido o novo projecto comercial para a praça, que prevê ali a colocação de contentores.
Na terça-feira, numa reunião pública no Hotel Mundial, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, informou que a nova concessionária do mercado do Martim Moniz é uma empresa chamada Moonbrigade Lda. Segundo o Portal da Justiça, esta empresa foi criada em Julho de 2017 e tem como sócios Arthur Moreno e uma empresa, Bronzeventure Lda., detida por este e pelo irmão, Geoffroy Moreno. Os dois são também os donos da Stone Capital, companhia responsável pela promoção de projectos imobiliários como o Palácio de Santa Helena ou o Hospital da Marinha, entre outros.
O BE quer saber “que alterações são feitas ao contrato de concessão com a entrada da Moonbrigade Lda., nomeadamente relativas a duração, pagamento, número de negócios a instalar”. Questiona igualmente “que alternativas foram analisadas pelo executivo por forma a melhorar o usufruto da praça pela população e diminuir a densidade comercial da mesma”.
“O Bloco defende uma cidade partilhada por todos e todas, em que os cidadãos não são obrigados a consumir para usufruir do espaço público e onde a segurança é garantida sem muros ou vedações. No Martim Moniz temos essa oportunidade de retomar uma praça e aumentar as zonas verdes da cidade, com equipamentos públicos para todos”, escrevem os deputados.
Na reunião de terça-feira, perante uma unanimidade da população contra a instalação dos contentores, Manuel Salgado prometeu levar as preocupações dos moradores ao executivo, sem garantir contudo que alguma coisa venha a mudar no projecto.