Juiz mantém em prisão preventiva suspeitos do ataque a Alcochete
A decisão do magistrado baseia-se no facto de considerar que se mantêm “inalterados” os pressupostos que levaram à detenção dos elementos da Juventude Leonina que atacaram a Academia do Sporting
O juiz de instrução criminal do Barreiro decidiu manter em prisão preventiva 38 suspeitos detidos na investigação ao ataque à equipa de futebol do Sporting, em Alcochete, de acordo com o despacho a que a Lusa teve nesta quarta-feira acesso.
No despacho, o juiz Carlos Delca dá conta da constituição do Sporting como assistente do processo e que se mantêm os motivos que levaram à aplicação desta medida de coacção.
“Resultam inalterados os pressupostos de facto e de direito que determinaram a sujeição dos arguidos a prisão preventiva, pelo que não é necessário proceder à audição dos mesmos”, lê-se no documento.
Em 15 de Maio, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na academia do clube, em Alcochete, por um grupo de cerca de 40 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos, jogadores e staff.
O antigo oficial de ligação aos adeptos (OLA) do clube, Bruno Jacinto, está entre os arguidos presos preventivamente, sendo acusado de autoria moral do ataque, tal como o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho e o líder da Juventude Leonina “Mustafá”.
Aos arguidos, que participaram directamente no ataque, o MP imputa-lhes a co-autoria de crimes de terrorismo, 40 crimes de ameaça agravada, 38 crimes de sequestro, dois crimes de dano com violência, um crime de detenção de arma proibida agravado e um de introdução em lugar vedado ao público.
No seguimento do ataque, nove jogadores rescindiram unilateralmente os contratos com o Sporting, e quatro deles, Daniel Podence, Gelson Martins, Ruben Ribeiro e Rafael Leão, mantêm-se em litígio com o clube.
William Carvalho e Rui Patrício acordaram os valores para a sua saída, enquanto Bas Dost, Bruno Fernandes e Rodrigo Battaglia voltaram atrás na decisão de abandonar o clube.