Bruno de Carvalho: “É o pior momento da minha vida"
Nas primeiras declarações do ex-presidente do Sporting depois de sair em liberdade, Bruno de Carvalho não respondeu a questões sobre o processo. “É um Bruno muito diferente que sai daqui."
Depois de ter sido detido este domingo, Bruno de Carvalho saiu em liberdade esta quinta-feira. Em declarações aos jornalistas em frente à sua casa, o ex-presidente do Sporting não respondeu a perguntas, optando por fazer apenas uma declaração sobre os dias "terríveis" que se seguiram à sua detenção.
“Quero agradecer à minha família neste que foi o pior momento da minha vida, a nível pessoal”, disse. “É um Bruno muito diferente que sai daqui."
O ex-presidente "leonino" pediu aos jornalistas para não estarem à porta de sua casa: “É o mínimo da decência humana, mora aqui a minha família”.
"Obrigado a todos os guardas do posto de Alcochete e da GNR, que foram extremamente profissionais comigo. Vou avaliar enquanto pessoa, enquanto ser humano, aquilo que me aconteceu. Vou assentar um bocadinho, dedicar-me à minha família. Sou uma pessoa diferente, porque só uma pessoa que passa por aquilo que eu passei – e não estou a falar mal - só uma pessoa que foi privada de um banho, de uma ida à casa de banho, de poder abrir a porta, é que sabe o que uma experiência assim muda a percepção de uma pessoa. Não sei se serei melhor ou pior, mas serei seguramente diferente", disse.
Bruno de Carvalho disse ainda que tencionava melhorar a sua relação com a comunicação social.
O ex-presidente do Sporting e Nuno Mendes, líder da claque Juventude Leonina, mais conhecido como “Mustafá”, saíram esta quinta-feira em liberdade, sujeitos a apresentações diárias às autoridades na zona de residência. Cada um fica com termo de identidade e residência e ainda obrigado ao pagamento de uma caução de 70 mil euros.
As medidas de coacção foram conhecidas esta quinta-feira, depois de ambos terem sido ouvidos no Tribunal Criminal do Barreiro pelo juiz de instrução Carlos Delca.
Apenas relativamente ao crime de tráfico de droga, imputado a “Mustafá”, o juiz considerou que “verificam-se fortes os indícios resultantes da prova”. Quanto às outras imputações em causa, o juiz terá considerado que os indícios não são fortes.
O antigo presidente do Sporting e “Mustafá” foram detidos pela GNR no domingo para interrogatório no âmbito da investigação ao ataque à academia “leonina”, em Alcochete, que se deu a 15 de Maio. O ataque à equipa de futebol do Sporting foi protagonizado por um grupo de cerca de 40 alegados adeptos encapuzados, que agrediram alguns jogadores, membros da equipa técnica e outros funcionários na academia “leonina”.