Nas aldeias históricas querem-se mais turistas mas sem ameaçar o património
Cimeira promovida pelas Aldeias Históricas de Portugal arranca na quinta-feira em Idanha-a-Velha para debater como podem estes destinos atrair turistas, sendo uma alternativa às grandes cidades.
São 12 aldeias “perdidas” no interior do país, recheadas de estórias, castelos, sabores e tradições. Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso e Idanha-a-Velha. É precisamente esta última aldeia histórica de Portugal que vai receber uma cimeira — "inédita", diz a organização — que quer "sensibilizar" para a necessidade de se desenhar uma política comum e global direccionada para áreas geográficas alternativas aos destinos de massas, juntando num desses territórios especialistas internacionais e decisores políticos.
A International Summit: Cultural Sustainable Destinations without Borders (Destinos Culturais Sustentáveis sem Fronteiras, em tradução livre) vai estender-se por dois dias, arrancando esta quinta-feira na Sé Catedral da Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha.
No primeiro dia, estará presente na cimeira a Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, que participará na cerimónia de assinatura do contrato da candidatura da Associação Aldeias Históricas de Portugal à Linha de Apoio ao Turismo Acessível, do Programa Valorizar.
No final de Março, o PÚBLICO acompanhou a assinatura de protocolos de 11 projectos, de entidades públicas e privadas, que querem tornar a oferta turística nacional mais acessível a quem tem problemas de mobilidade. Na altura, Ana Mendes Godinho detalhou que, no âmbito da Linha de Apoio ao Turismo Acessível, estavam já aprovados 69 projectos (concorreram 261), implicando um investimento de 8,5 milhões de euros.
Na sexta-feira, o ministro-adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, entregará à Rede de Aldeias Históricas de Portugal o certificado Biosphere Destination, como reconhecimento do “esforço” desta associação em assegurar boas práticas de sustentabilidade na gestão das aldeias como destinos turísticos, alinhadas com as orientações da UNESCO e da Carta Mundial de Turismo Sustentável de 2015. Será a primeira região do país a receber esta distinção. Em todo o mundo, há 120 destinos com esse certificado.
A cimeira contará ainda com a presença de oradores especialistas de todo o mundo, como Peter Shackleford, assessor da Organização Mundial de Turismo, Tomás Azcárate, presidente do Instituto Internacional de Turismo Responsável, e Lyublena Dimova, gestora de projectos da Comissão Europeia para o Turismo.
A cimeira é financiada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através dos programas Centro 2020 (Programa Operacional Regional do Centro), via Portugal 2020, bem como do Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE).
Esta dúzia de localidades dos distritos de Guarda, Castelo Branco e Coimbra podem ser percorridas pelos visitantes, a pé ou em bicicleta, através da rota GR22 - Grande Rota das Aldeias Históricas. É um percurso circular, sinalizado, de 600 quilómetros, que passa pelas aldeias históricas e que começa e termina em Linhares da Beira.