Aliança é "um partido de gente comum", diz Santana Lopes
Ex-ministro Martins da Cruz é uma excepção entre os notáveis e lidera o órgão de aconselhamento do novo partido de Santana Lopes
À excepção do próprio Santana Lopes e do ex-ministro António Martins da Cruz, o partido Aliança não tem nos seus órgãos provisórios figuras de peso do PSD ou do CDS. É um partido de common people (gente comum), justificou o ex-primeiro-ministro. Os órgãos, cuja composição foi agora divulgada, vão estar em funções até ao primeiro congresso da Aliança que está marcado para 9 e 10 de Fevereiro, em Évora.
Na comissão instaladora liderada por Santana Lopes figuram, em segundo e terceiro lugares, dois ex-sociais-democratas: Luís Cirilo, ex-secretário-geral do PSD no tempo de Luís Filipe Menezes, e Carlos Pinto, o histórico autarca da Covilhã. Rosário Águas, antiga deputada e secretária de Estado da Habitação do governo liderado por Santana Lopes, também deixou o PSD para integrar a Aliança, tendo sido indicada para liderar o gabinete de estudos.
Em sétimo lugar surge João Pessoa e Costa, eleito para a Assembleia de freguesia de Alvalade, há um ano, na lista do PSD, e que no Verão anunciou que se iria desfiliar do partido.
No arranque da Aliança, Santana Lopes tem na comissão instaladora Carlos Poço, antigo deputado e ex-líder da concelhia de Leiria do PSD. Na lista deste órgão constam ainda dois antigos funcionários da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa: Ricardo Alves Gomes (ex-administrador) e Paulo Bento (antigo assessor), que é também presidente do Congresso. Do CDS, a Aliança conta com a ex-deputada Margarida Netto, que já estava a colaborar com Santana Lopes na campanha interna das eleições para a liderança do PSD.
O embaixador e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Martins da Cruz lidera o Conselho Político Nacional, um órgão de aconselhamento político. Em segundo lugar surge Pedro Quartin Graça, que liderou o MPT – Movimento Partido da Terra, e que foi eleito por este partido nas listas do PSD em 2005.
Nos órgãos da Aliança – já legalizada como partido pelo Tribunal Constitucional - constam ainda nomes que não têm estado na política activa e que são médicos, professores universitários e académicos.
Como meta eleitoral, Santana Lopes apontou a marca dos 10% nas próximas legislativas. O ex-líder do PSD admitiu viabilizar soluções de governo quer com o PS (numa situação de salvação nacional) quer com o PSD e CDS. Antes das legislativas ainda deverão acontecer as europeias, a 26 de Maio de 2019, em que Santana Lopes garantiu não ser cabeça de lista. O nome do candidato ainda não é conhecido.