A recomendação foi feita pelo Pessoas Animais Natureza (PAN) já em Dezembro do ano passado, quando no “queimódromo” do Porto o circo de Natal voltava a mostrar-se como um espectáculo com os animais como protagonistas. Na Assembleia Municipal (AM), o partido reconhecia o “potencial humano no circo”, deixando clara a sua importância, mas pedia uma mudança de paradigma, proibindo a utilização de animais no circo, explicou ao P3 Bebiana Cunha, deputada municipal pelo PAN.
Na altura, a 11 de Dezembro, a proposta foi aprovada com 39 votos a favor, um contra (da CDU) e seis abstenções. Na AM desta segunda-feira, Bebiana Cunha questionou Rui Moreira sobre o assunto e o presidente da Câmara do Porto surpreendeu-a com um contrato já assinado entre a empresa municipal Porto Lazer, que gere o espaço, e o circo Cardinali.
A esta operadora passa a ser proibido “realizar números artísticos ou espectáculos que envolvam animais de qualquer espécie, ficando expressamente proibida a entrada e presença no “queimódromo” de qualquer animal”, lê-se no contrato.
A Assembleia da República aprovou o fim do uso de animais no circo no final do mês de Outubro. Mas a decisão não tem efeitos imediatos.
Para a deputada, este é um “passo ético na relação da cidade com os animais” que já tardava. “Ainda me lembro de fazer manifestações neste local”, diz sorridente para logo falar de um “momento histórico”. Juntando esta decisão à do Coliseu do Porto, onde os animais já são proibidos no espectáculo de Natal desde 2015, os circos da cidade passam a não ter animais nos seus espectáculos.