Chuva forte provoca mais de 700 ocorrências
Metade dos incidentes concentraram-se no distrito de Lisboa. O alerta laranja ainda vigora em três distritos até às 21h.
Até às 19h deste domingo, contavam-se centenas de inundações (300) no distrito de Lisboa devido à forte chuva que começou a cair a partir do fim da manhã. O site da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) registava 336 ocorrências relacionadas com o mau tempo no distrito de Lisboa, particularmente nos concelhos de Cascais, Sintra, Vila Franca de Xira, Oeiras, Loures e Lisboa.
À Lusa, o adjunto de operações nacional da ANPC, Manuel Cordeiro, adiantou que, em Oeiras, os cursos de água estão com "um caudal elevadíssimo". O Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa registava, à mesma hora, no seu site, 130 ocorrências activas na cidade, entre inundações (a maioria em propriedade privada) e quedas de árvore.
No total dos distritos de Portugal continental, onde já se contabilizam mais de 700 registos de incidentes, a grande maioria das ocorrências está relacionada com inundações (539). Até ao fim da tarde tinham sido também registadas algumas quedas de árvores (50) e operações de limpezas de via (42). Setúbal (139) e Santarém (43) foram, a seguir a Lisboa, os distritos mais afectados.
Ao longo do dia, foram mobilizados 699 veículos e 2069 operacionais.
No sábado, a Protecção Civil alertou para a possibilidade de cheias rápidas em meio urbano e de inundações devido ao agravamento das condições meteorológicas previsto para este domingo, com chuva persistente.
Até às 21h de domingo, há três distritos em alerta laranja por causa da chuva forte e persistente — Castelo Branco, Guarda e Portalegre. Ao aviso laranja corresponde a uma "situação meteorológica de risco moderado a elevado", segundo a classificação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, que aconselha a população a "manter-se ao corrente da evolução das condições meteorológicas e seguir as orientações da ANPC".
A partir das 21h de domingo e até às 3h de segunda-feira, Beja e Faro permanecem em alerta amarelo.
Em comunicado, a ANPC lembra que o impacto destes fenómenos meteorológicos pode ser "minimizado" através da adopção de algumas medidas. E dá alguns exemplos: garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais; não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas; adoptar uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível formação de lençóis de água nas vias; e retirar das zonas confinantes, normalmente inundáveis, equipamentos agrícolas, industriais, viaturas e outros bens.