Sporting ganha um ponto em Londres e, talvez, um treinador para o futuro

"Leões" mais perto da qualificação na Liga Europa após empate sem golos frente ao Arsenal. Tiago Fernandes fica até ao Desp. Chaves. Depois entrará Marcel Keizer, que assinou até 2021.

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Reuters/JOHN SIBLEY

Aconteceu muita coisa ao Sporting nas duas últimas semanas. Alternou jogos excelentes com jogos péssimos, despediu o treinador e nomeou um interino enquanto negociava com outro. E esse interino, chamado Tiago Fernandes, conseguiu nesta quinta-feira, no Emirates, o que José Peseiro, com uma estratégia semelhante, falhou há duas semanas em Alvalade. No Emirates, o Sporting aguentou-se frente ao Arsenal sem sofrer golos e saiu de Inglaterra com um empate (0-0) que deixa os “leões” muito perto da qualificação no Grupo E. Da próxima vez que o Sporting voltar à Liga Europa, uma viagem até ao Azerbaijão para defrontar o Qarabag, o treinador já será o holandês Marcel Keizer, confirmado logo após o jogo, com um contrato até Junho de 2021.

Se há um lance que define o que o Sporting foi no Emirates, foi este: aos 78’, os “leões”, depois de uma aceleração de Diaby, ganham um canto. Bas Dost já estava em campo e os centrais Coates e Mathieu subiram até à área do Arsenal, tudo gente mais que competente no jogo aéreo. E o que aconteceu? O canto foi curto, mas a bola não chegou à área. Foi sendo encaminhada para trás, até chegar ao círculo central. Este foi o único canto que o Sporting teve, um lance de bola parada que os “leões” podiam aproveitar para atacar a baliza de Cech, mas não. Porque o Sporting era uma equipa formatada para aguentar. E aguentou.

Já se percebeu que Tiago Fernandes quer causar boa impressão para poder estar, pelo menos, numa lista “leonina” de “treinadores a chamar em caso de emergência”. Começou bem nos Açores, frente ao Santa Clara, queria continuar bem em Londres, frente a uma das grandes equipas da Premier League. A grande novidade foi a presença do jovem Miguel Luís no “onze”, a estreia a titular do recente campeão europeu de sub-19 num lugar que costuma ser de Battaglia, lesionado.

Com 5.000 barulhentos adeptos “leoninos” a fazerem-se notar no Emirates, aguentar e não errar era a estratégia do Sporting perante um Arsenal que fez descansar algumas das suas vedetas. Özil e Lacazzete nem para o banco foram, Aubameyang começou a suplente e Welbeck foi o avançado titular. Diga-se que o Arsenal, tal como no jogo da primeira volta, também não foi particularmente assertivo, sem grande pressa para chegar ao golo, mas com o mérito de não deixar o rival respirar.

Claro que a estratégia de contenção podia ter saído furada logo aos 17’, com Coates a desviar uma bola que se encaminhava para a baliza após um remate de Welbeck que bateu em Mathieu. O Sporting respondeu com um remate sem grande perigo no minuto seguinte, mas foi coisa rara durante todo o jogo.

Pouco antes da meia-hora, o Arsenal voltou a aproximar-se com perigo, com Welbeck a cabecear perante a fraca oposição de Bruno Gaspar. O avançado inglês caiu mal e já não se levantou. Ficou vários minutos deitado no relvado e acabou por sair de maca, com a perna direita imobilizada, acabando por ser substituído por Aubameyang.

A tendência continuou na segunda parte, com o Arsenal a atacar e o Sporting a aguentar. Renan foi fechando a baliza e o Sporting ainda teve de jogar os últimos minutos com dez, devido a expulsão de Mathieu, por falta cometida sobre Aubameyang num lance em que o gabonês se isolava. Mesmo com dez, o Sporting aguentou-se e Tiago Fernandes, que ainda vai dirigir a equipa frente ao Desp. Chaves, só pode sentir-se orgulhoso da herança que vai deixar ao seu sucessor holandês.

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