Altice passa a ser accionista maioritária da SIRESP SA
Operadora ficou com as participações da Esegur (12%) e da Datacomp (9,55%), que o Governo tentou comprar e falhou
A Altice Portugal concretizou esta quarta-feira a compra de participações na SIRESP SA, que gere a rede de comunicações de emergência, tornando-se a partir de agora o accionista maioritário, com 52,1% do capital social da empresa.
A Altice comprou as participações das empresas Esegur (12%) e Datacomp (9,55%) na SIRESP SA, ultrapassando o Estado nesta compra, e com isso reforça a sua posição accionista da empresa que gere a rede de comunições de emergência e segurança. "Depois de ter anunciado, em Agosto, que iria exercer o direito de preferência na compra das posições detidas pelas empresas Esegur e Datacomp na SIRESP SA, a Altice Portugal comprou esta tarde essas mesmas participações", lê-se no comunicado enviado às redacções.
Esta foi aliás uma das batalhas em que a Altice superou o Estado. No rescaldo dos fogos de 2017, em que a rede SIRESP falhou em várias ocasiões, e aquando da entrada em funções do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, em Outubro do ano passado, o governante afirmou que a intenção do executivo era a de tomar o controlo da empresa, conseguindo a maioria do capital. Ora, depois de meses de tentativas, o Estado acabou por ficar apenas com os 33% das acções que eram detidas pela Galilei e não conseguiu ficar com as participações da Esegur e Datacomp, por a Altice ter exercido então o direito de preferência.
No comunicado enviado esta tarde, a empresa diz que "manterá uma posição de total equilíbrio e cooperação com o Estado português, tal como tem vindo a fazer proactivamente no desenho de soluções em conjunto, desde há um ano", reconhecendo o Estado como um parceiro, "tendo sempre em vista a defesa dos mais altos interesses dos cidadãos portugueses e da segurança nacional".
A empresa sublinha que tem feito investimentos tecnológicos para melhorar o desempenho da rede e acrescenta que no último ano trabalhou com a Autoridade Nacional de Proteção Civil para que o verão de 2018 não se traduzisse "na tragédia do ano anterior" no que diz respeito às consequências dos incêndios florestais.
"Foram várias as operações e a implementação de projectos que dotaram as entidades de meios capazes para emergência, socorro, combate aos incêndios ou outras catástrofes", lê-se no comunicado.
A aquisição das participações em causa pela Altice, através da PT Móveis, já tinha recebido luz verde da Autoridade da Concorrência