Politécnico de Coimbra usa moscas para reaproveitar resíduos das cantinas

Um projecto-piloto de reaproveitamento de resíduos, com recurso a moscas soldado negro, está a ser desenvolvido nas cantinas do Politécnico de Coimbra.

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Fernando Veludo /NFactos

O Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) está a desenvolver "um projeto-piloto de tratamento de resíduos, no qual utiliza a mosca soldado negro para o processo de bioconversão de resíduos vegetais das cantinas". 

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A larva da mosca DR

O objectivo, salienta o Instituto em comunicado enviado à Lusa, é "reaproveitar resíduos vegetais não processados", utilizando a larva da mosca "que os vai digerir e posteriormente servir como uma nova fonte de alimentação animal, dado ser rica em proteína e gordura". 

A mosca soldado negro (Hermetia illucens) é um insecto "amplamente produzido no mundo, à escala industrial, como uma fonte alternativa de proteína para a alimentação animal". De acordo com Nuno Ribeiro, da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) — um dos seis estabelecimentos que integram o IPC —, a escolha deve-se ao facto de "esta espécie de moscas ter um enorme potencial para o tratamento de resíduos e enquanto fonte de proteína, dada a sua capacidade de reciclar resíduos com elevada eficácia e o seu ciclo de vida curto".

O projecto está a ser conduzido nas cantinas da Escola Superior Agrária de Coimbra, pelos investigadores Nuno Ribeiro e Rui Costa. Neste momento, está em actividade uma unidade piloto porque, explica Nuno Ribeiro, citado pelo IPC, "interessa nesta fase estudar os comportamentos da mosca, como forma de os optimizar".

Outro motivo para a escolha das cantinas prende-se com o facto de "as moscas terem de ser alimentadas com vegetais não processados, porque depois vão ser utilizadas para alimentação animal", conclui Rui Costa.