Fecho do liceu Pedro Nunes, em Lisboa, por causa da greve gerou confusão
Directora queixa-se da atitude “deplorável” de alguns estudantes, que “chegaram a usar a força física” para “forçarem a saída”.
A greve da função pública gerou confusão esta sexta-feira de manhã no antigo liceu Pedro Nunes, em Lisboa.
Quando perceberam que a escola ia ter de fechar por não haver funcionários suficientes ao serviço para abrir o bar e o refeitório, muitos alunos dirigiram-se para a porta, para saírem do estabelecimento.
Os primeiros conseguiram sair, mas a porta acabou por ser fechada durante cerca de dez minutos, período durante o qual se foram acumulando dezenas de estudantes, retidos no interior das instalações. Numa carta que dirigiu aos encarregados de educação, a directora do Pedro Nunes, Rosário Andorinha, queixa-se da atitude “deplorável” de alguns estudantes, que “chegaram a usar a força física” para “forçarem a saída”.
Mas também há alunos que filmaram a confusão que se gerou, mostrando-se indignados por lhes ter sido barrada a saída.
“Sou claustrofóbico, estava a ficar maluco. Não conseguia respirar, estávamos uns em cima dos outros”, conta um estudante do secundário.
A directora alega que os dez minutos foram o tempo necessário para os ordenar em fila, por forma a que regressassem a casa de forma civilizada, sem se atropelarem uns aos outros, e usando os cartões de registo de saída. Doutra forma, havia o risco de “saírem com uma loucura muito grande, incivilizadamente, por se verem livres”.
A aglomeração ter-se-á ficado a dever ao facto de ter sido preciso registar o nome daqueles que não tinham o cartão consigo. Uma operação que, afinal, pode não ter servido de muito: na referida carta, Rosário Andorinha explica que a direcção da escola e a associação de pais decidiram que quem se foi embora sem passar o cartão deverá ter falta injustificada, a não ser que apresente atestado médico ou outro comprovativo legal.