Ex-chefe de gabinete de Azeredo Lopes "despedido"
CEMGFA espera por depoimento de Martins Pereira no DCIAP para decidir se mantém confiança no actual assessor.
O chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), almirante António Silva Ribeiro, prepara-se para mandar regressar ao ramo o general Martins Pereira, ex-chefe de gabinete do ex-ministro da Defesa José Azeredo Lopes, se aquele admitir ao Ministério Público que recebeu efectivamente um memorando sobre a operação de recolha das munições de Tancos.
O PÚBLICO confirmou junto de fontes militares que Silva Ribeiro vai aguardar pelo depoimento de Martins Pereira, que deverá ter lugar dia 24. Depois disso, o general poderá ser mandado regressar ao Exército, ramo a que pertence. O general Martins Pereira está a desempenhar as funções de adjunto do CEMGFA para o Planeamento e Coordenação desde Janeiro deste ano. Em termos formais, a sua comissão no Estado-Maior General seria dada como finda e seria rendido por outro oficial do Exército. Havendo suspeitas de que Martins Pereira recebeu algum memorando e não o comunicou ao ministro ou não o registou no expediente de serviço isso configura uma situação de quebra de confiança e, portanto, não terá condições para assessorar o actual CEMGFA. É este o entendimento no Estado-Maior General.
O porta-voz da Polícia Judiciária Militar (PJM), Vasco Brazão, declarou ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), em Lisboa, que o ministro estaria a par da operação de encobrimento na devolução das munições, pois teria sido entregue em Novembro do ano passado um memorando a descrever essa operação ao chefe de gabinete de Azeredo Lopes, general Martins Pereira. Esta terça-feira, Vasco Brazão foi ouvido pela segunda vez e entregou uma cópia do memorando.
Azeredo Lopes acabou por sair do Governo na remodelação que o primeiro-ministro fez no fim-de-semana e na quarta-feira o chefe de Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, apresentou a sua demissão.