Pela primeira vez, sondagem dá mais de 50% a Bolsonaro nas presidenciais do Brasil

O candidato de extrema-direita já não é o mais rejeitado — esse lugar é agora ocupado por Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores.

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Jair Bolsonaro na conferência de imprensa que deu segunda-feira no Rio de Janeiro Sergio Moraes/Reuters
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Fernando Haddad também deu uma conferência de imprensa segunda-feira, em São Paulo Paulo Whitaker/Reuters

Jair Bolsonaro, o candidato de extrema-direita que no dia 28 disputa a presidência do Brasil, ultrapassou pela primeira vez a marca dos cinquenta por cento numa sondagem sobre intenções de voto. Segundo o instituto Ibobe, está com 52%, contra 37% do candidato do Partido dos Trabalhadores (esquerda).

Segundo o estudo de opinião divulgado na segunda-feira à noite, a taxa de rejeição de Fernando Haddad chega, agora, aos 47%, bem mais alta do que a de Bolsonaro (35%). Nas sondagens anteriores, do Ibope e do instituto Datafolha, era o antigo capitão do exército quem surgia no topo das rejeições. 

Perante a pergunta sobre a "certeza" do voto, 41% disseram que com certeza vão votar em Bolsonaro e 28% disseram que com certeza" votarão em Haddad. Uma distância de 13%.

Os media brasileiros fizeram as contas aos números que têm uma margem de erro de 2% e concluíram que haverá perto de 19 milhões de votos entre Bolsonaro e Haddad.

A análise que o instituto faz a estes resultados pedidos pela Tv Globo e pelo jornal Estado de São Paulo e obtidos junto de mais de 2500 eleitores em todo o Brasil diz que a pressão é cada vez maior para o candidato do Partido dos Trabalhadores, num momento em que Bolsonaro surge como um candidato que controla totalmente a mensagem que está a divulgar e se recusa a enfrentar o adversário em debates. 

Como aconteceu na campanha da primeira volta, não há debate sobre o programa dos candidatos e Bolsonaro insiste apenas numa linha de discurso: diz que vai tirar o Partido dos Trabalhadores do poder, vai pedindo desculpa por frases mais ofensivas que tem proferido e promete segurança. 

Bolsonaro está também na frente das intenções de voto por sexo — 35% das mulheres disse que votará nele, contra 29% que escolheram Haddad; nos homens, 48% disseram ir votar em Bolsonaro e 27% no candidato do PT.

Porém, quando confrontados com a pergunta "quem representa melhor os interesses das mulheres", 48% dos inquiridos disseram Haddad e 37% Bolsonaro.

Bolsonaro está também na frente em todas as faixas etárias. Só quando se chega aos números obtidos junto de eleitores com rendimentos muito baixos (um salário mínimo), Haddad surge na frente, com 53% contra 38%. Mas no rendimento de dois salários mínimos Bolsonaro recupera (48% para 38%).

O El País Brasil diz que, a 12 dias das eleições, são cada vez maiores as evidências de que Haddad está com grande dificuldade para fazer alianças que lhe garantam apoios. Na segunda-feira realizou-se em Brasília, a capital do país, uma reunião de dirigentes do PT, PSB, PCdoB, PROS e PSOL, aliados do Partido dos Trabalhadores. O Partido Democrático Trabalhista, de Ciro Gomes, não enviou representante, “num dos sinais dos problemas dos petistas para atrair o terceiro classificado na primeira volta” das eleições, a 7 de Outubro, diz o jornal. 
 

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