Dourogás vende Goldenergy à suíça Axpo

Grupo de Vila Real quer “concentrar-se” no investimento nas redes reguladas de distribuição de gás natural e no negócio do gás natural para veículos.

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A Dourogás é presidida por Nuno Afonso Moreira Adriano Miranda

A multinacional suíça Axpo comprou a totalidade do capital da Goldenergy ao grupo Dourogás, liderado por Nuno Afonso Moreira. A empresa – presente na produção e comercialização de energia em vários mercados europeus – tinha desde 2016 uma fatia de 25% do capital da comercializadora de electricidade e gás natural sediada em Vila Real e passou agora a ser a única accionista.

Dizendo ver “com naturalidade” o interesse “de um grande grupo de energia europeu” na Goldenergy, Nuno Afonso Moreira disse ao PÚBLICO que, para a Dourogás, o negócio é “uma oportunidade” para se “concentrar” nos investimentos significativos que está a fazer em redes de distribuição de gás natural no norte do país e na rede de postos de abastecimento de gás natural veicular (GNV).

Sem querer adiantar o valor da transacção, Nuno Afonso Moreira sublinhou que o acordo com a Axpo garante a “manutenção da totalidade dos postos de trabalho” da Goldenergy, o que tem “uma importância acrescida” visto que a maioria se concentra em Vila Real.

Segundo o gestor, trata-se da estreia europeia da Axpo no segmento doméstico (em Portugal, até agora a empresa de origem suíça operava essencialmente na comercialização de electricidade aos consumidores industriais).

Ao entregar a comercialização à Axpo, a Dourogás vai poder “reorientar-se, no momento em que está a investir mais” no desenvolvimento das redes de distribuição de gás natural em 18 municípios nos distritos de Vila Real e Bragança e no investimento na área em que o grupo é o maior operador nacional, disse Nuno Afonso Moreira.

Relativamente às unidades autónomas de distribuição de gás canalizado – um negócio regulado pela ERSE – o gestor explicou que seis já estão em operação e outras quatro deverão iniciar actividade até ao final do ano. As restantes unidades deverão entrar em operação no próximo ano (no total está em causa um investimento de 58 milhões de euros, com um financiamento de 29 milhões do Banco Europeu de Investimento).

Quanto aos postos de gás natural veicular (GNV), em que a Dourogás está a investir um total de 14 milhões, a empresa tem programada a abertura de quatro novos postos em Portugal (a juntar aos sete que já existem) e um outro em Espanha, no corredor que liga a fronteira de Vilar Formoso ao centro da Europa.

Ainda assim, apesar desta reorientação estratégica, Nuno Afonso Moreira não fecha a porta ao regresso à actividade de comercialização. “Estaremos preparados para voltar à comercialização de energia, porque está no nosso ADN”, disse o fundador da Goldenergy.

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