Subarrendamento de casas do Estado por militares em investigação

As propriedades seriam arrendadas a turistas estrangeiros como alojamento local.

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LUSA/JOOST DE RAEYMAEKER

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, disse que espera receber ainda esta terça-feira os "esclarecimentos urgentes" que pediu ao Instituto de Acção Social das Forças Armadas (IASFA) sobre casos de militares que alegadamente subarrendaram propriedades do Estado a turistas.

Em declarações aos jornalistas em Ayamonte (Espanha), à margem da cerimónia de apresentação da nova carta hidrográfica do Guadiana realizado pelos Institutos Hidrográficos de Portugal e Espanha, o ministro disse ter pedido os esclarecimentos na segunda-feira, quando o seu gabinete foi questionado sobre o assunto, e aguarda uma resposta até ao fim do dia.

"Estamos perante uma situação que foi dada a conhecer ontem [segunda-feira] ao Ministério e o Ministério ontem [segunda-feira] solicitou ao IASFA [Instituto de Acção Social das Forças Armadas] esclarecimentos urgentes, isto é, para hoje, sobre esta situação", afirmou o governante.

Segundo revela esta terça-feira o Diário de Notícias, casas do Instituto de Acção Social das Forças Armadas têm sido usadas como alojamento local para turistas estrangeiros. Questionado sobre se está ainda está à espera da resposta, Azeredo Lopes respondeu: "pois, naturalmente".

O ministro escusou-se ainda a dizer o que pensa sobre militares que subarrendam propriedades do Estado. "Procuro distinguir o que é daquilo que eu acho. Portanto, pedi os esclarecimentos, com certeza que eles chegarão hoje. Ontem [segunda-feira], com bastante insistência, chegaram perguntas e dúvidas ao gabinete sobre este assunto, foi feito o que era preciso fazer, e no mesmo dia coloca-se a questão ao IASFA", respondeu.

Azeredo Lopes recordou, no entanto, que há "uma orientação fortíssima deste Governo" para "o mais depressa possível se conhecer totalmente e com transparência quem são os utentes, quais são as condições em que beneficiam de algo que é importante, quais são os preços que pagam, quais são os seus rendimentos".

O governante sublinhou que esta orientação vem "na sequência aliás daquilo que é praticado, por exemplo, em grandes autarquias" e considerou que "não há razão para que isso não se faça" nas Forças Armadas. "E, portanto, vamos aguardar tranquilamente pelos esclarecimentos, que com certeza chegarão hoje", reiterou.