FC Porto, a pedra que resiste no sapato de Rui Vitória
O clássico que reúne todas as atenções na 7.ª jornada do campeonato servirá para dar resposta a várias questões, desde as dificuldades do Benfica nos duelos com o rival ao momento dos dois candidatos.
O que é que Santa Clara e FC Porto têm em comum? A resposta é simples: são as únicas equipas da Liga 2018-19 que nunca perderam com o Benfica versão Rui Vitória. Há, porém, uma diferença profunda a separá-los. É que os açorianos ainda não defrontaram os “encarnados” sob o comando do actual treinador, enquanto os “dragões” já levam seis clássicos sem derrotas. O sétimo, agendado para amanhã à tarde, no Estádio da Luz (17h30), servirá também para perceber se a tendência se mantém ou se se rompe um jejum de triunfos das “águias” que, sob as ordens da actual equipa técnica, começou em Setembro de 2015.
Benfica e FC Porto vão chegar ao jogo de maior cartaz da 7.ª jornada do campeonato separados por um ponto, depois da ultrapassagem protagonizada pelos “dragões” no passado fim-de-semana. Pelo meio, ambos somaram vitórias na Liga dos Campeões, mas um novo triunfo amanhã pode não chegar para conduzir o vencedor à liderança da prova. Para que isso aconteça, o Sp. Braga, primeiro classificado da Liga, terá de ceder pontos esta noite, na recepção ao Rio Ave.
Esteja o que estiver em jogo, um clássico tem sempre uma dimensão extra. Frente a frente, estarão dois candidatos ao título que não atravessam um momento propriamente exuberante na temporada e que são vigiados de perto por um Sporting que tentará aproveitar as “sobras” desse confronto directo. Dos membros do pelotão da frente, o FC Porto é o único que ainda não mediu forças com um rival directo (o Sporting já jogou com Sp. Braga e Benfica), razão pela qual a deslocação à Luz servirá também para perceber quão consistente será este arranque do campeonato para os “dragões”.
A verdade é que, nas três últimas deslocações ao recinto do Benfica, desde que Rui Vitória tomou posse no Seixal, o FC Porto empatou uma (1-1) e venceu duas (1-2 e 0-1), a última das quais determinou muito do que foi o desfecho da luta pelo título na época passada. Nesse sentido, os “dragões” — que em casa ganharam, no mesmo período, uma vez ao rival e empataram duas — surgem em campo com um registo bem mais promissor.
É certo que esta tendência não é nova e basta ver que, desde o ano 2000, em 19 partidas, a jogar em casa para o campeonato, o Benfica só foi capaz de bater os “azuis e brancos” por cinco vezes. Mas os números também ajudam a perceber as dificuldades que os “encarnados” têm sentido diante de adversários directos, que sejam capazes de assumir o jogo. E mesmo tendo em conta que as “águias” assinaram um par de exibições convincentes diante do Sporting, por exemplo, o saldo face aos “leões” no consulado de Rui Vitória, nas diferentes competições, é também desfavorável: dois triunfos, três derrotas e quatro empates.
Com a preparação do clássico em marcha, as contrariedades de ambos os lados da barricada são conhecidas. Sérgio Conceição ainda não deverá contar com o lateral João Pedro ou o médio Bazoer (fizeram ambos treino condicionado e trabalho de ginásio), nem com Aboubakar (que se lesionou diante do Tondela e falhou o jogo da Champions). Do lado dos lisboetas, é no eixo da defesa que reside o principal problema, graças à lesão de Jardel e à expulsão do argentino Germán Conti, no passado fim-de-semana. Restam Rúben Dias e Cristian Lema para ajudarem a fazer algo que o Benfica não tem conseguido nos últimos anos: evitar que o rival marque no Estádio da Luz.