Lula não pode votar nas presidenciais de domingo no Brasil

A lei determina que tem que haver um número mínimo de 20 eleitores para a instalação de urnas nas prisões do Brasil, e não há na cela especial de uma unidade da Polícia Federal onde cumpre pena.

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Lula da Silva antes de se entregar à polícia EPA

A Justiça brasileira negou hoje um novo recurso do ex-Presidente Lula da Silva, preso por corrupção, que pedia para votar nas eleições do próximo domingo, informou o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná.

Aquele tribunal considerou que é "tecnicamente impossível" instalar urnas na sede da Polícia Federal na cidade de Curitiba, onde Lula da Silva está preso desde Abril.

O Tribunal Superior Eleitoral do Brasil estabelece que tem que haver um número mínimo de 20 eleitores para a instalação de urnas nas prisões do Brasil, onde no domingo se realizam eleições presidenciais, legislativas e regionais.

Na sua decisão, o juiz Jean Leeck reconheceu que Lula da Silva tem o direito de votar, já que no Brasil esse poder só é suspenso quando a pessoa condenada tiver esgotado todos os recursos - o que não é o caso -, mas destacou o problema "técnico" da falta de eleitores.

A decisão da justiça eleitoral surge um dia depois de o Supremo Tribunal Federal ter impedido o jornal Folha de São Paulo de entrevistar Lula. Uma primeira sentença do juiz Ricardo Lewandowski tinha viabilizado a entrevista, mas após uma sucessão de decisões em sentidos opostos de outros juízes, o presidente deste órgão, Dias Toffoli, acabou por suspendê-la enquanto o plenário estiver a apreciar o caso.

O ex-Presidente brasileiro foi condenado a 12 anos e um mês de prisão pela prática dos crimes de branqueamento de capitais e corrupção passiva, num processo referente a um apartamento de luxo que teria recebido como suborno pela construtora OAS, em troca de favorecimento em contratos desta empresa com a petrolífera estatal Petrobras.

Lula da Silva foi preso em Abril e está numa cela especial de uma unidade da Polícia Federal, tendo alguns benefícios, como a autorização de receber visitas semanais. E tem sido visitado, por familiares, companheiros de partido, personalidades e sobretudo pelo homem que ocupou o seu lugar como candidato às presidenciais, Fernando Haddad.

Haddad ocupa o segundo lugar nas sondagens reunindo 21% das intenções de voto, 11 pontos percentuais abaixo do candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro, que lidera a corrida com 32% das intenções de voto.

De acordo com as últimas sondagens, os dois candidatos estão tecnicamente empatados numa possível segunda volta, agendada para 28 de Outubro se nenhum deles obtiver mais da metade dos votos válidos na primeira volta.