Bolsonaro cresce e já está com 31% e Haddad vê taxa de rejeição aumentar

Segundo dados do instituto Ibope o apoio do eleitorado feminino a Bolsonaro cresce. Na simulação para a segunda volta, Haddad e Bolsonaro estão empatados com 47%.

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Há 44% de eleitores a garantir não votar em Bolsonaro em qualquer circunstância. Reuters/LUISA GONZALEZ

A menos de uma semana das eleições presidenciais brasileiras, a 7 de Outubro, o candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro subiu quatro pontos percentuais na última sondagem divulgada esta segunda-feira à noite, registando 31% das intenções de voto. Este é o valor mais alto desde que a empresa Ibope começou a fazer esta série de consultas de opinião para a TV Globo e para o jornal Estado de São Paulo, em finais de Agosto.

A subida amplia para dez pontos percentuais a distância sobre o candidato que aparece em segundo lugar, o ex-autarca de São Paulo, Fernando Haddad, que concorre pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Este surge com 21% das intenções de voto, um ponto abaixo da última sondagem, divulgada na quarta-feira passada.

A subida do candidato de extrema-direita é impulsionada pelo aumento do apoio entre o eleitorado feminino, que passou dos 18% para os 24% nesta sondagem. São sobretudo as mulheres com rendimentos mais elevados e que moram nos estados do Sudeste (que inclui os estados mais ricos, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) que dizem votar em Bolsonaro.

Nenhum dos candidatos consegue, no entanto, os 50% de votos suficientes para evitar a segunda volta, que parece ser inevitável e está marcada para dia 28 de Outubro.

Hadad e Bolsonaro empatados na 2.ª volta

Na simulação para a segunda volta os candidatos da extrema-direita e do PT surgem empatados: ambos com 42% dos votos.

Esta sondagem trouxe uma outra má notícia para Haddad, que assumiu o lugar do ex-Presidente Lula da Silva, que se encontra a cumprir uma pena de prisão por corrupção e branqueamento de capitais. Em apenas cinco dias, o candidato do PT viu crescer de 27% para 38% a taxa dos eleitores que não admitem votar nele em qualquer hipótese. Este indicador é mais alto para Bolsonaro (44%), mas relativamente a este manteve-se estável.

O candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT, centro-esquerda), Ciro Gomes, mantém o terceiro lugar nas intenções de voto e desceu um ponto para 11% face há cinco dias atrás. Já o candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB, centro-direita), Geraldo Alckmin, manteve os 8%, que lhe garantem o quarto lugar. Por seu lado, a ecologista Marina Silva, que nas eleições de 2014 esteve perto de chegar à segunda volta, desceu para os 4%.

A Ibope ouviu 3010 eleitores, em 208 municípios, no passado fim-de-semana, sendo a margem de erro máxima de dois pontos percentuais.

No sábado, Bolsonaro recebeu alta do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado desde o dia 7 de Setembro, após ser atacado com uma facada em Juiz de Fora, no Estado de Minas Gerais. Nesse dia, um movimento liderado por mulheres nas redes sociais, com o título #EleNão, encheu com milhares de pessoas as ruas das principais cidades brasileiras. Realizaram-se também em muitas cidades manifestações de apoio ao candidato.

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