Banco Montepio regista lucros de 16 milhões no primeiro semestre

Caixa Económica Montepio Geral, liderada agora por Carlos Tavares, anunciou a abertura de dez balcões fora das zonas urbanas. E a mudança de marca.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), o banco da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), fechou os primeiros seis meses do ano em terreno positivo com lucros de quase 16 milhões de euros, uma melhoria face ao mesmo período de 2017 (quando registou um resultado de 13 milhões de euros).

Esta quinta-feira, durante a divulgação das contas semestrais, o presidente da CEMG, Carlos Tavares, fez um balanço da actividade, realçando que a reorganização do grupo bancário traduziu-se já numa redução do crédito. Isto, por se ter adoptado novos critérios na avaliação do risco e maiores exigências nos níveis de cobertura.

Para Carlos Tavares a redução de imparidades e de provisões contribuiu para inverter o ciclo negativo dos exercícios passados. Entre Janeiro e Junho, a CEMG registou um lucro de 15,8 milhões de euros.

Em termos de rácios de capital (solidez) e de liquidez, os indicadores melhoraram: o Tier 1 ficou em 13,5% e o rácio de capital total nos 13,6% (12,9% no período homólogo de 2017).

Também os indicadores de liquidez melhoraram, tendo-se fixado em Junho nos 152% em 2016 e nos 153% em 2017.

Tavares destacou ainda a evolução do volume de depósitos que face ao período homólogo subiu 855 milhões de euros. O rácio de depósitos sobre funding  (financiamento), que estava em 63% em 2016 e em 68% em Junho do ano passado, situava-se já em 71%.

Montepio vai abrir dez balcões ainda em 2018

Sobre o plano que foi traçado pela CEMG para os próximos três anos, Carlos Tavares realçou, entre outros pontos, a aposta num modelo de negócio sustentável e em reforçar a posição do banco no sector, no apoio à economia social e aos clientes com menores rendimentos (e menor acesso a serviços bancários).

Nesse sentido, Tavares anunciou que o banco vai afastar-se do modelo de fecho de balcões e vai abrir ainda pequenas agências em zonas que não são as tradicionais e onde a cobertura bancária é insuficiente. O objectivo, revelou, é abrir dez novos balcões até final do ano em moldes diferentes dos habituais. Por exemplo, com novos horários, que podem ser diferenciados.

Para o ano o banco planeia novas aberturas, também em zonas menos urbana, sempre com reafectação de quadros e dentro de uma lógica de rentabilidade. Carlos Tavares admite dar incentivos aos efectivos para se deslocalizarem para os locais onde a CEMG vier a abrir novas agências. O banqueiro clarifica que será menos oneroso redistribuir quadros do que custear rescisões.

Mudança de marca

Outra novidade que resultou da apresentação de contas é que a Caixa Económica vai mudar de marca ainda este ano. Juridicamente, nos estatutos, mantém-se CEMG, mas mudará a designação comercial.

Carlos Tavares recusou dar detalhes sobre a nova marca mas realçou que o nome Montepio é muito forte. E o facto de o nome Montepio pertencer a ambas as entidades, a Associação e a Caixa Económica, não significa que não se diferenciem.

Será ainda constituído um Banco de Empresas, revelou o antigo presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. 

O presidente da CEMG resumiu, em conclusão, que a nova designação comercial, a abertura de dez novos balcões e o Banco de Empresas serão todas iniciativas que estarão no terreno até final do ano.

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